A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, que superou
pela primeira vez a marca de 400 partes por milhão (ppm), deixa o
planeta em uma "zona de perigo", advertiu nesta segunda-feira
(13) Christiana Figueres, diretora da ONU (Organização das Nações
Unidas) para o Clima.
"Com 400 ppm de CO2 na atmosfera, superamos o limite histórico e
entramos em uma zona de perigo", afirma Figueres em um comunicado
divulgado em Bonn, na Alemanha. "O mundo tem que acordar e perceber o
que isto significa para a segurança dos seres humanos, para seu
bem-estar e seu desenvolvimento econômico."
Figueres destacou que "ainda existe uma oportunidade para evitar os
piores efeitos da mudança climática" e fez um pedido à comunidade
internacional para dar uma "resposta política capaz de enfrentar este
desafio".
O observatório situado no vulcão de Mauna Loa, no Havaí, registrou na
semana passada uma concentração de CO2 de 400,03 ppm, informou a Agência
Norte-Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês).
Apesar desta ser uma medida pontual, a média anual de 2013 superará sem
dúvida os 400 ppm, um número simbólico que marca uma tendência
inquietante do planeta para o aquecimento, segundo os analistas.
O objetivo fixado pela comunidade internacional em 2009 é manter o
aquecimento global a um máximo de mais 2° C em relação aos níveis
registrados antes da era industrial. Caso esses 2º C sejam superados, os
cientistas consideram que o planeta entrará em um sistema climático
marcado pelos fenômenos extremos.
Com uma média anual de 400 ppm de concentração de CO2, o aquecimento
global previsto será de pelo menos 2,4°C, segundo o relatório mais
recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na
sigla em inglês).
E as perspectivas são pessimistas: as emissões de CO2 na atmosfera não
param de aumentar e, caso a tendência persista, a temperatura pode
aumentar entre 3 e 5 graus.
Fonte: UOL
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