Regime Assad tem uma unidade definida como de “dissuasão” que mantém ogivas municiadas com gases Letais
O pior pesadelo das agências de
inteligência ocidentais está ganhando a consistência da vida real na
escalada regional do conflito interno da Síria – as armas químicas saem
dos depósitos secretos e um míssil simples, o Conquistador, pode chegar
às mãos dos esquadrões radicais do Hezbollah, doado pelo Irã -uma ameaça
irresistível para Israel.
O quadro pode ficar ainda pior: os gases e os vetores guiados seriam combinados em algum ponto desse cenário.
Com os mísseis iranianos Fateh 110, o
grupo xiita libanês liderado pelo xeque Hassan Nasrallah pela primeira
vez tem capacidade para atingir alvos dentro do território israelense
com precisão. A arma é efetiva no limite de alcance estimado entre 300 e
400 quilômetros, transportando significativos 650 quilos de carga de
ataque na ogiva.
Rústico, simples de operar e equipado
com um sistema misto de guiagem inercial e de sinais de GPS, é avaliado
como bastante preciso.
Sem os caças Sukhoi-30 e baterias de
mísseis antiaéreos russos S-300 – cujos contratos de venda foram
cancelados dois dias atrás em Moscou pelo presidente Vladimir Putin – as
Forças Armadas sírias ficam enfraquecidas, embora ainda poderosas.
As tropas são profissionalizadas na
proporção de 30%, bem treinadas e equipadas com material russo e chinês.
O Exército tem 4 mil tanques pesados, cerca de 5 mil blindados, 3,2 míl
canhões, e muitos mísseis de médio alcance. A frota operacional da
aviação é de 350 aeronaves de combate – o MiG-29 é o caça de múltiplo
emprego.
O regime do presidente Bashar Assad
mantém um Comando Aeroestratégico criado pelo pai dele, Hafez Assad, que
teria, prontas para uso, de 50 a 100 ogivas de 700 quilos, além de
centenas de bombas aerotransportadas e granadas de artilharia,
municiadas com gases letais. A unidade militar é definida como sendo
“elemento de dissuasão”, pelo governo. Foi organizada pelo general
dissidente russo Anatoli Kuntse-vich, um ex-assessor de Putin para
assuntos de armas químicas e biológicas, e suspeito de contrabando de
armas..
Kuntsevich cuidou da instalação de um
laboratório, na periferia da cidade histórica de Alépo, perto da
fronteira com a Turquia, para a produção de iperita, agente do gás
mostarda, que produz úlceras na mucosa respiratória, provocando edemas e
a morte por asfixia.
Em setembro de 2.007, uma explosão
acidental na fábrica matou 15 oficiais sírios e deixou 50 técnicos
feridos, entre os quais iranianos e asilados iraquianos. O episódio foi
associado a um bombardeio da aviação israelense contra instalações de
pesquisa de armamento de destruição em massa.
As força convencional da Síria, soma 220
mil combatentes, mais 280 mil reservistas de convocação rápida. Assad
investiu na tecnologia. O míssil S-300 que comprou, mas não levou – é
capaz de rastrear até 10o alvos simultaneamente e disparar contra 12
deles dando prioridade ao grau de ameaça. Dificultaria muito um eventual
ataque aéreo.
Engenheiros russos revitalizaram a rede de radares integrados de defesa aérea, vigilância e alerta-avançado.
O olho eletrônico dessas estações cobre
os territórios da Jordânia e de Israel, o Golfo de Áca-ba, todo o norte
da Arábia Saudita e o Mar Mediterrâneo até o eixo da Grécia e de Chipre.
Fonte: Estadão - Via: Plano Brasil
0 Comentários