Um problema diplomático com invasão de território, e o que mais grave:
uma acusação séria contra a Marinha do Paraguai, que estaria entrando no
Brasil e dando cobertura a contrabandistas de cigarros e outros
gêneros. As denúncias vão mais além: homens da instituição militar
paraguaia estariam também atirando contra policiais federais
brasileiro, gerando um conflito armado que pode acabar em uma grande
tragédia. A matança pode ser inevitável, caso não haja uma providência
imediata.
A revelação foi feita pelo advogado Ricardo Monteiro, de Cuiabá, que
estava participante de uma audiência na 3ª Vara Criminal do Tribunal
Federal de Curitiba, no Paraná, quando duas testemunhas – um delegado
da Polícia Federal e um agente, também da PF – foram bem claros ao
denunciar a invasão de território que vem acontecendo há algum tempo,
sem qualquer providência das autoridades brasileiras.
Os fatos ocorridos na divisa do Brasil com o Paraguai revela a
despreocupação das autoridades com os aspectos que envolvem a fronteira
brasileira com os países vizinhos. Em Mato Grosso, não há efetivos para
atuação na fronteira – em que pese a existência da Polícia Federal e do
Batalhão de Fronteira do Exército em Cáceres. Na região, o tráfico de
drogas da Bolívia impera e dita as regras. Estudos mostram que 80% da
droga que sai da Bolívia passa por Mato Grosso.
A audiência aconteceu no dia 19 de abril. Nela, o agente da PF, Pablo
Sperandio Lopes Moralez, em depoimento ao juiz da 3ª Vara de Curitiba
afirmou que policiais da Marinha do Paraguai vinham dando apoio e
proteção constantemente aos contrabandistas na região de fronteira de
Guiará, entre o Brasil e o Paraguai, gerando um conflito, inclusive
armado.
Logo em seguida, na mesma audiência sobre um processo aberto pela
Justiça Federal para investigar e apurar quatro policiais federais
acusados de formação de quadrilha, ocultação de origens ilícitas de
valores e descaminho (contrabando), a segunda testemunha, o delegado da
Polícia Federal Rodrigo Rodrigues de Freitas, confirmou o que o agente
Pablo já havia denunciado.
O delegado Rodrigo foi bem claro em seu depoimento como testemunha. “A
Marinha do Paraguai dá cobertura e apoio a contrabandistas, chegando a
invadir o território brasileiro, até 200 metros das margens do Rio
Guairá, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, em território
brasileiro. E o que é mais grave: atiram contra os policiais federais
brasileiros que combatem o crime organizado, financiado por
contrabandistas internacionais”.
Atento às denúncias do delegado e do agente da Polícia Federal e de
outras autoridades que estavam na audiência, o advogado brasileiro se
levantou e falou sobre a gravidade das revelações. E fez uma
representação, imediatamente, com o aval do juiz da 3ª Vara, para
apuração das denúncias, com cópias para o Ministério das Relações
Exteriores, para a Justiça Federal e para Procuradoria-Geral da
República.
“Não dá para deixar passar uma coisa dessas. Foram denúncias sérias e
graves feitas por dois homens que integram uma das instituições mais
respeitadas deste País e do mundo. Invasão de território e tiros dentro
de outro País é coisa séria e grave, que pode gerar um conflito
diplomático sem precedentes caso as denúncias não sejam investigadas”,
alertou o advogado Ricardo Monteiro.
Fonte: 24hsNews
0 Comentários