O Exército de Taiwan começou nesta quinta-feira uma
série de manobras navais próximo às Filipinas para mostrar sua
determinação em defender os pescadores, após a morte de um deles, no
último dia 9 de maio, por disparos de uma patrulha filipina.
Um destróier tipo Kidd e fragatas Lafayatte participam
das manobras, em águas onde se encontram as zonas econômicas exclusivas
de Taiwan e Filipinas, junto às embarcações patrulheiras da
Administração da guarda-costeira, assinala nesta quinta-feira a Marinha
taiuanesa em comunicado.
As fragatas e o destróier partiram ontem da base naval
de Zouying, situada na cidade de Kaohsiung, assinalou o Ministério da
Defesa taiuanês em comunicado. As manobras, as primeiras que Taiwan
realiza em áreas próximas às Filipinas, também contarão com helicópteros
e aviões de combate.
"O objetivo destas manobras é comprovar a capacidade de
defesa dos pescadores taiuaneses que trabalham nestas águas", afirmou
hoje o vice-ministro da Defesa, Sun Chueh-hsin.
Estas manobras fazem parte de 11 medidas de represália
de Taiwan, que, por sinal, alegou que havia "falta de clareza" e
"sinceridade" nas desculpas filipinas pela morte do pescador Hung
Shih-cheng, de 65 anos, a 164 milhas náuticas de Taiwan.
No sábado, o presidente taiuanês, Ma Ying-jeou, deu um
ultimato de 72 horas às Filipinas apresentar uma desculpa formal,
realizasse uma rápida investigação, condenasse os culpados, oferecesse
compensações financeiras à família do pescador e, por fim, iniciasse
negociações pesqueiras com Taiwan.
Após o fim do prazo, Taiwan considerou que a resposta
filipina era insuficiente e iniciou ontem uma primeira onda de sanções,
as que incluem o congelamento dos salários dos operários filipinos, a
ligação a consultas de seu representante em Manila e o retorno do
representante filipino a seu país.
Nesse mesmo dia, o primeiro-ministro taiuanês, Jiang
Yi-huah, anunciou uma segunda rodada de represálias, a qual incluía as
manobras navais, a emissão de um alerta vermelho para viajes em direção
às Filipinas, a saída desse país do programa de isenção de vistos e a
suspensão de intercâmbios econômicos, além da cooperação bilateral em
pesca e ciência e tecnologia e as negociações de aviação bilateral.
"As Filipinas não demonstraram a suficiente sinceridade e
se mostrou vaga ao tramitar este caso, o que fez com que Taiwan tivesse
que tomar mais ações de represália," declarou Jiang em entrevista
coletiva.
As represálias taiuanesas afetarão fundamentalmente os
88 mil operários filipinos na ilha, os quais necessitam renovar seus
contratos a cada três anos e que trabalham não só no cuidado de doentes e
trabalhos domésticos, mas também na indústria de alta tecnologia, onde
são apreciados pelo domínio do inglês e pelo bom nível acadêmico.
As tensões entre Taipé e Manila podem debilitar a
aliança militar americana no Pacífico, que conta como bases fundamentais
em Taipé, Manila, Tóquio e Seul.
Fonte: EFE-TERRA
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