A agência de notícias Associated Press anunciou nesta segunda-feira que o
governo americano registrou, secretamente, ligações telefônicas do
escritório e de jornalistas da agência em um período de dois meses no
ano de 2012. A AP classificou os atos como "uma intromissão massiva e
sem precedentes" na atividade jornalística.
O presidente-executivo e CEO da AP, Gary Pruitt, em uma carta publicada
no site da agência, disse que a AP foi informada na última sexta-feira
(10) de que o Departamento de Justiça reuniu registros de mais de 20
linhas telefônicas atribuídas à agência e aos seus jornalistas.
Na carta, endereçada ao procurador-geral, Eric Holder, Pruitt diz ainda que "não pode haver justificativa possível" para o fato.
Uma reportagem da AP sobre a apreensão dos registros disse que o governo
não comentaria o motivo pelo qual captou tais informações.
No entanto, a agência disse que autoridades americanas haviam informado
que a Procuradoria do Distrito de Columbia estava conduzindo uma
investigação criminal por informações contidas em uma reportagem
publicada em sete de maio do ano passado, sobre uma operação da CIA no
Iêmen, que desmantelou um plano da Al Qaeda para detonar uma bomba em um
avião rumo aos EUA.
Cinco repórteres e um editor envolvido na produção da reportagem estão
entre os profissionais que tiveram ligações telefônicas registradas pelo
governo.
O gabinete do procurador de Columbia, que notificou a AP sobre a
apreensão, emitiu um comunicado nesta segunda dizendo que assume uma
conduta "cuidadosa e deliberativa" quando lida com questões ligadas à
liberdade de imprensa.
"Nós levamos a sério nossa obrigação de seguir todas as leis,
regulamentações federais e políticas do Departamento de Justiça ao
emitir intimações para o registro telefônico de organizações de mídia",
disse o escritório.
Os registros foram apreendidos entre abril e maio do ano passado em
escritórios da agência em Nova York, Hartford e Washington. Também foi
grampeado um telefone da AP na sala de imprensa da Câmara.
Fonte: UOL
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