O roubo de dados sensíveis do projeto sensíveis por hackers que visam programas como o F-35 Joint Strike Fighter tira uma grande vantagem dos EUA, permitindo que os rivais possam acelerar o desenvolvimento de sua própria aeronave furtiva, disse nessa quarta-feira um oficial do Pentágono.
O chefe de aquisições de defesa Frank Kendall disse numa audiência no Senado que estava razoavelmente confiante de que as informações secretas relacionados com o desenvolvimento do F-35 estavam bem protegidas.
J-31
F-35

“Mas eu não estou totalmente confiante de que nossa informação não secreta esteja tão bem protegida”, disse ele.
“Um monte de que está sendo roubado agora é um grande problema para nós”, disse Kendall numa audiência no Senado sobre o desenvolvimento do caça da Lockheed Martin, uma aeronave de quinta geração capaz de evitar os radares e sistemas de defesa aérea integrados.
O F-35 é o programa de armas mais caro da história dos EUA. Os Estados Unidos estão construindo ele junto com oito parceiros internacionais e pretende adquirir cerca de 2.450 das aeronaves a um custo de quase US$ 400 bilhões.
Respondendo a perguntas de senadores preocupados se o roubo cibernético havia deixado o F-35 vulnerável a ataques, Kendall disse que sua principal preocupação era que o design e a produção de ponta foi perdida para potenciais concorrentes.
“O que isso faz é reduzir os custos e tomar tempo dos nossos adversários ao fazer seus próprios desenhos, por isso dá um vantagem substancial”, disse Kendall.
“É a quantidade de tempo e esforço que vão ter de colocar ao começar seu próximo projeto e ficar com a gente”, acrescentou. “E como você provavelmente está bem ciente, pelo menos duas nações estão seguindo bem no desenvolvendo de aeronaves de quinta geração neste momento, então isso é uma preocupação.”
Kendall não citou países específicos, mas China e Rússia estão entre os países desenvolvendo caças de quinta geração.
O chefe disse que estava trabalhando em etapas que resultam em sanções mais fortes contra empreiteiros da defesa que não conseguem fazer um trabalho melhor para proteger seus sistemas de informações sensíveis.
RELATÓRIO CHINÊS
As observações por parte do chefe de aquisições vieram um mês depois do Pentágono informar em seu relatório anual da China que Pequim estava usando espionagem cibernética para adquirir tecnologias avançadas para abastecer seu programa de modernização militar em ritmo acelerado.
O relatório, pela primeira vez cobrou que as intrusões cibernéticas em sistemas de computadores do governo dos EUA pareciam estar diretamente atribuídos ao governo e militares chineses, acrescentando que o principal objetivo era beneficiar suas indústrias de defesa.
O secretário de Defesa Chuck Hagel levantou essas preocupações neste mês, no Encontro Shangri-La em Cingapura, um evento multinacional de segurança na Ásia que incluiu uma delegação militar chinesa de alto nível.
O presidente dos EUA, Barack Obama discutiu a questão com o presidente chinês, Xi Jinping no seu encontro na Califórnia alguns dias depois, avisando que, se as invasões não foram abordadas elas se tornariam um grande problema nas relações econômicas bilaterais.
A China realizou um teste de voo de seu caça furtivo J-20 em janeiro de 2011, poucas horas antes do então secretário de Defesa, Robert Gates, se reunir com o então presidente Hu Jintao durante uma visita a Pequim. O teste foi visto como uma demonstração de força por parte dos militares chineses.
O segundo caça furtivo chinês, o J-31, fez seu vôo inaugural no ano passado. Um analista de segurança disse que a produção de um segundo projeto furtivo chinês em tantos anos sugeriu um “nível impressionante de desenvolvimento técnico”.
Oficiais do Pentágono minimizaram os avanços nas aeronaves chinesas, dizendo que Pequim ainda estava anos de distância de ser capaz de colocar em campo uma aeronave furtiva, apesar dos protótipos.
A China é suspeita de estar por trás de supostas invasões cibernético em 2009, que resultaram no roubo de uma enorme quantidade de dados de projeto e eletrônica do F-35. O Pentágono e a Lockheed Martin disseram que nenhuma informação confidencial foi roubada.

Fonte: Reuters – Via: Cavok