O presidente
colombiano, Juan Manuel Santos, disse hoje (31) que qualquer diferença
entre os dois países deve ser resolvida pela via diplomática. De acordo
com Santos, seu governo não apoia ações para desestabilizar a Venezuela e
nem quer se envolver na política interna do país vizinho, como acusou
ontem (30) o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
"Não
tem cabimento pensar isso. Pior ainda é pensar que estamos apoiando
algum tipo de ação para desestabilizar o governo da Venezuela",
argumentou Santos, durante um evento presidencial.
Nicolás
Maduro acusa a Colômbia de ingerência desde que o presidente colombiano
recebeu o líder da oposição na Venezuela, o governador do estado
de Miranda, Henrique Capriles. O encontro aconteceu na quarta-feira
(29). O governo venezuelano não reagiu bem ao fato de Santos ter
recebido o candidato derrotado nas eleições presidenciais de abril.
O
presidente colombiano disse que seu país nunca estará disposto a ações
desse tipo. "Somos os mais prejudicados com qualquer problema que a
Venezuela tenha. Por isso, deve ter havido um mal-entendido e vamos
resolver qualquer diferença pelas vias diplomáticas”, garantiu.
Após
a visita de Capriles à Colômbia, o chanceler venezuelano Elías Jaua e o
próprio Maduro ameaçaram rever a participação do país no processo de
paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc), em Cuba.
Santos recordou-se de uma
reunião que teve com o presidente Hugo Chávez em agosto de 2010 na
cidade de Santa Marta, Caribe colombiano. Nesse encontro, os dois chefes de estado restabeleceram as relações, interrompidas no mandato do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe.
"Ali
[em Santa Marta], restabelecemos as relações bilaterais e fizemos um
acordo para respeitar as diferenças. Vamos manter o espírito desse
acordo, para o bem da Colômbia e da Venezuela. Que qualquer
mal-entendido possa ser resolvido de maneira civilizada, com prudência e
pelas vias diplomáticas", defendeu Santos.
Em outra manifestação
do governo colombiano, o negociador-chefe do governo em Havana, Humberto
de la Calle, também declarou, no começo da manhã de hoje, que via com
muita preocupação o "estremecimento" das relações entre Colômbia e
Venezuela, por causa da importante participação venezuelana no processo
de paz.
Fonte: JB
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