Em 23 de junho de 1955 foi lançado o primeiro avião de passageiros a
jato com turbinas na fuselagem. O Caravelle podia atingir velocidade de
800 km/h e foi usado primordialmente em voos dentro da Europa. O
lançamento do novo avião representou uma verdadeira revolução na
história da aeronáutica. Até 1955, a aviação civil conhecia apenas as
aeronaves movidas a hélice.
A história do Caravelle, como foi chamado o novo avião, começou em 1951,
quando o governo francês resolveu incentivar a criação de uma
alternativa para o DC-3, da norte-americana McDonnel Douglas. A solução
mais interessante parecia ser a construção de um bimotor a jato, inédito
no mundo. Um ano depois, construtores franceses de aviões foram
convidados a apresentar um projeto nesse sentido.
A tarefa imposta pelo Ministério francês da Aviação era viabilizar uma
aeronave que transportasse até 65 passageiros, mais a carga, a uma
velocidade de 700 km/h. Venceu o projeto da Société Nationale de
Constructions Aéronautiques Sud-Aviation. A empresa havia planejado um
avião que poderia ser usado tanto em conexões dentro da Europa como em
viagens transatlânticas. Era o SE 210 Caravelle, em alusão aos navios
usados na época dos Grandes Descobrimentos.
Detalhes copiados pela concorrência
Em vez de usar motores franceses, foram escolhidos motores britânicos da
marca Rolls-Royce. Os dois protótipos iniciados em 1953 foram
apresentados ao público durante a Exposição de Aeronáutica de Paris em
23 de junho de 1955. Tratava-se de uma enorme questão de prestígio para a
aviação francesa.
Uma semana antes, o piloto francês Pierre Navot havia testado com êxito
um dos protótipos. O sensacional para a época era a colocação das
turbinas. Para melhorar a aerodinâmica, elas haviam sido presas em
gôndolas diretamente na fuselagem, na parte traseira do avião, o que
também diminuiu os ruídos para os passageiros.
As principais vantagens aerodinâmicas do novo avião eram sua grande
estabilidade, a liberdade da circulação de ar ao longo da fuselagem e o
seu eixo longitudinal. Outra sensação era que o Caravelle podia manobrar
e decolar apenas com um dos motores.
Outras novidades do avião de 32 metros de comprimento eram as escadas
situadas atrás das asas, as janelas triangulares e a velocidade de até
800 km/h. O modelo fez tanto sucesso que seu conceito foi copiado pelas
norte-americanas Boeing e McDonnel Douglas nos respectivos modelos 727 e
DC-9. O último Caravelle deixou o centro de montagem em Toulouse St.
Martin, na França, em 1973. No total, foram produzidos 282 aviões do
modelo.
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