O governo argentino enviará uma missão ao Brasil, daqui a dois meses, para avaliar a criação de um sistema conjunto de defesa cibernética, informou hoje (13) o ministro da Defesa, Celso Amorim. Ontem, Amorim
se encontrou com a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, e hoje
teve reuniões com os ministros da Defesa, Agustín Rossi, e das Relações
Exteriores, Hector Timerman.
A decisão foi tomada após as revelações do ex-técnico terceirizado da Agência
de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), Edward Snowden, de que o
governo norte-americano acessou comunicações telefônicas e eletrônicas
para espionar cidadãos de seu próprio país e de vários países da Europa e
da América Latina.
Documentos sigilosos divulgados por Snowden por meio
da imprensa indicam que a presidenta Dilma Rousseff e a Petrobras
teriam sido monitoradas pelos programas de vigilância dos EUA.
"Achamos que essa
questão de espionagem, que teve como epicentro o Brasil, mas que também
repercutiu em outros países da América Latina, merece uma tentativa de
encontrar uma resposta regional", disse o ministro argentino da Defesa, em entrevista, após o encontro com Amorim.
Segundo Amorim, Brasil e Argentina "são dois países com grande capacidade de produção de software". No entanto, advertiu que é preciso investir para manter os especialistas da área trabalhando para seus governos, evitando uma fuga de cérebros. "Queremos mantê-los em nossos países para criar softwares e estruturas físicas que nos permitam melhor proteger nossas informações sensíveis", disse Amorim.
Este ano, o Ministério
da Defesa tem um orçamento de R$ 90 milhões para o Centro de Defesa da
Cibernética, mas, segundo Amorim, depois das denúncias de espionagem eletrônica, está sendo feita uma "avaliação para a implementação de um programa imediato", cujos custos ele ainda não pode revelar.
Edição: Davi Oliveira
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