O EC130 T2, novo helicóptero da família Esquilo de cerca de R$ 9 milhões, já tem quatro compradores confirmados no País. O modelo vem recheado de novidades em relação a seu antecessor, o B4, especialmente no quesito conforto, incorporando itens de seu “irmão” mais luxuoso, o EC 725, utilizado pelas Forças Armadas e pela presidente Dilma Rousseff.

A aeronave é fabricada pela empresa francesa Eurocopter e finalizada no Brasil pela Helibras em sua fábrica de Itajubá (MG). O preço é cotado em dólares, cerca de US$ 3,9 milhões, e não considera impostos. Seus principais concorrentes nacionais e internacionais são AW119Ke, os modelos Bell 206L4 e Bell 407 e o MD 600N. Interessados em comprar a aeronave têm que esperar em média 15 meses para que ela seja entregue.
A reportagem do Terra voou na única unidade do T2 disponível no Brasil, que deve ser entregue ao comprador – de identidade mantida sob sigilo – após receber alguns ajustes. E os 15 minutos pelos ares de São Paulo, mais do que suficientes para percorrer três vezes a distância entre o aeroporto do Campo de Marte, na zona norte, e o bairro do Ipiranga, na zona sul, bastaram para que a aeronave mostrasse sua tecnologia e manobrabilidade.
O termo foi repetido à exaustão pelo piloto Rogério Aparecido Holzmann, responsável pelos testes da Helibras, braço brasileiro da francesa Eurocopter, que concebeu o EC130 T2 no início do ano passado para o mercado europeu. Por trás do manche e do painel de comandos da aeronave de oito assentos forrados por couro creme, Holzmann parecia mesmo determinado a mostrar as qualidades do novo Esquilo.
Na hora de desgarrar o trem de pouso do solo, o piloto logo tratou de ressaltar a potência do T2, o mais refinado da família dos monoturbinados produzidos pela companhia. “Estamos com a ‘casa cheia’, cheios de combustível e o ‘bicho’ nem chiou”, salientou. O novo motor do T2 é o Arriel 2D que garante 14% a mais de potência em comparação com o Arriel 2B1, que equipava o B4. Ele faz a aeronave atingir a velocidade máxima de 287 km/h e garante autonomia de até quatro horas e seis minutos de vôo, em condições normais de pilotagem e de condições climáticas.
Com um prévio aviso através do sistema de comunicação via headset, Holzmann empreendeu manobras que, se não confundiram o centro de gravidade do helicóptero, certamente o fizeram com os passageiros. O T2 mergulhava para os dois lados, para cima e para baixo em ângulos indescritíveis. Tudo isso enquanto o condutor mantinha a mesma voz serena e firme de quem executa as mesmas acrobacias há décadas. “Vocês podem ver que, apesar de parecer comportado, tem uma excelente manobrabilidade”, comemorou.
Outro trunfo do helicóptero, seu novo sistema antivibração, foi comprovado quando a aeronave flutuava sobre os arranha céus do centro da cidade, que, do alto, até parecem maquetes. O sistema é batizado AVCS, que significa Sistema de Controle de Vibração Ativo, na sigla em inglês, e é idêntico ao instalado no helicóptero da presidente Dilma Rousseff, o EC 725. O aparato inibe em até 90% a trepidação sentida pelos ocupantes. Uma vez desativado, foi possível sentir um sacolejar intenso dentro da cabine, mesmo que intermitente.
Por fora, à primeira vista, a fuselagem do T2 é bem semelhante à do antecessor B4, embora 70% de sua estrutura tenha sido modificada. A principal mudança é notada nas portas, que, no novo modelo, são corrediças em ambos os lados. Isso facilita não só o embarque de passageiros como também o acesso de macas e de carga em geral – característica de grande utilidade para serviços de resgate em acidentes, por exemplo.

Do Terra