O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui
Machete, considerou difícil justificar a ausência do Brasil e da Índia
do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
No discurso feito na Assembleia Geral no último sábado (28), ele
igualmente defendeu a presença cada vez maior de membros permanentes no
órgão, incluindo representantes do continente africano.
"A reforma da nossa organização nunca estará completa sem uma reforma
do Conselho de Segurança, a qual abrange os seus métodos de trabalho,
mas sobretudo a sua composição. É cada vez mais difícil de explicar como
é que países como o Brasil e a Índia não integram ainda como membros
permanentes o Conselho de Segurança", afirmou.
Machete também mostrou preocupação com a possível prorrogação do
período de transição na Guiné-Bissau, já que isso ajudaria na
instabilidade da região africana do Sahel. Ele ainda reafirmou o apoio
portugês à estratégia regional elaborada com auxílio das Nações Unidas.
"A comunidade internacional não poderá também deixar de sublinhar que
para que as eleições sejam livres, justas, transparentes e credíveis,
as atuais autoridades guineenses devem garantir que todos os cidadãos
guineenses, sem exceção, nelas possam participar em pleno uso dos seus
direitos, incluindo, naturalmente, as liberdades de expressão e de
associação", completou.
Machete ainda condenou o uso de armas químicas na Síria e encorajou
os progressos no processo de paz entre Israel e Palestina. Quanto ao
programa nuclear iraniano, exigiu gestos concretos nas negociações.
Machete mencionou a dimensão global da língua portuguesa e o seu
papel em várias entidades internacionais, reafirmando a intenção de ter o
idioma adotado como língua oficial na ONU.
"A língua portuguesa é o fator que tece a unidade entre a diversidade
dos Estados que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Somos uma comunidade presente em quatro continentes e com cerca de 250
milhões de falantes. Trata-se de ser a língua de origem europeia mais
falada no mundo com um papel e estatuto crescente na cena internacional
quer enquanto veículo de comunicação, quer enquanto língua econômica
utilizada no comércio e nos negócios, língua de cultura e utilizada
também nas redes sociais", apontou.
Por fim, Portugal solicitou maior liderança dos países em
desenvolvimento na agenda global pós-2015 e propôs uma visão de
parcerias com novos atores internacionais e a liderança de países em
desenvolvimento.
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