O
acordo deverá ser um documento-quadro que definirá as relações entre os
dois países após a retirada das tropas norte-americanas até ao final de
2014. Em particular, pretende-se determinar o status e as obrigações do
contingente americano limitado que permanecerá no país.
Os ministros das Relações Exteriores dos países da Otan pediram nesta
terça-feira ao presidente afegão, Hamid Karzai, que assine o quanto
antes o tratado de segurança entre Cabul e Washington, do qual depende
uma futura missão da Aliança Atlântica prevista para depois de 2014.
"Claramente, se não houver uma assinatura (...), não poderemos
implementar novas tropas e os projetos de ajuda terão um futuro
incerto", declarou o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen,
antes de uma reunião ministerial com o secretário de Estado americano,
John Kerry.
"Espero que o BSA seja assinado", acrescentou, em referência ao Tratado de Segurança Bilateral entre Cabul e Washington.
Segundo Kerry, "quanto mais cedo possível, melhor" para a assinatura
do acordo, que segundo o secretário de Estado não exige necessariamente a
assinatura de Karzai.
"Seu ministro da Defesa pode firmá-lo, seu governo pode firmá-lo, alguém pode assumir a responsabilidade".
"Não é uma brincadeira, é um assunto sério", repetiu Kerry,
recordando que os 50 países da coalizão internacional atualmente no
Afeganistão têm "imperativos de planejamento e exercícios fiscais" a
respeitar para preparar uma eventual presença militar neste país depois
de 2014.
Karzai adiou a assinatura do tratado bilateral, que estabelece os
termos de uma presença militar dos Estados Unidos no Afeganistão após a
retirada no final de 2014 das tropas da Otan, para depois da eleição
presidencial afegã de 5 de abril de 2014.
O presidente afegão recebeu na véspera um apoio inusitado dos rebeldes talibãs.
Também depende da assinatura do tratado o estabelecimento de um
quadro jurídico para a missão "de assistência, apoio e treinamento" das
forças de segurança afegãs planejada pela OTAN.
A organização espera tomar uma decisão sobre esta missão em fevereiro
de 2014. O número de soldados está estimado entre 8.000 e 12.000
homens.
A Otan, junto a parceiros como o Japão, também espera financiar
parcialmente as forças afegãs, cujas necessidades são avaliadas em 4,1
bilhões por ano.
Do EM
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