Em
2013, a fabricante sueca Saab festejou o contrato de venda para o Brasil
de 36 caças Gripen no valor de US$ 4,5 bilhões (R$ 10,7 bilhões). O ano
de 2014 será, no entanto, decisivo. Para honrar uma encomenda no valor
de US$ 13,89 bilhões (R$ 33,2 bilhões) de 60 caças Gripen para a
própria Força Aérea Sueca, o Brasil ou a Suíça precisam concretizar
ainda neste ano uma parceria com a Saab para o desenvolvimento da nova
geração dos caças.
A Suécia precisa de parceiros para arcar com os altos custos de
produção das novas aeronaves e garantir a estabilidade do projeto
Gripen nos próximos anos. Por esse motivo, o governo sueco impôs uma
aliança com um dos seus clientes internacionais como condição importante
para a compra de 60 aviões Gripen para a própria Força Aérea da Suécia.
Uma claúsula especial do contrato especifica que, se nenhum outro país
se unir ao projeto de desenvolvimento da nova geração de caças Gripen
em 2014, o governo sueco pode cancelar a encomenda das 60 aeronaves. A
suspensão do contrato seria uma grande perda para a companhia sueca.
Brasil ou Suíça
A aliança estratégica com o Brasil ou a Suíça poderá abrir as portas
para a obtenção de novos contratos de venda dos aviões da Saab para
outros países, como Dinamarca, Bulgária, Malásia e Coréia do Sul.
Na Suíça, foi decidido que a decisão do Parlamento para a aquisição
dos caças Gripen vai ser submetida a um plebiscito popular. Antes de
concluir um acordo formal para a venda das aeronaves, a Saab vai ter,
portanto, que aguardar o resultado desse referendo, que está programado
para o verão europeu. Ou seja, a partir do final do primeiro semestre
neste ano.
No caso do Brasil, a previsão é de que o acordo final para a compra
das 36 aeronaves suecas deva ser alcançado no fim de 2014. Depois do
anúncio da escolha dos caças Gripen pelo governo brasileiro, em dezembro
passado, começa agora um período de negociações da Saab com a Força
Aérea Brasileira para a aquisição dos aviões. Só depois deste período, a
Saab poderá assinar um acordo com o Brasil, seguido então pela ordem
formal de compra do Gripen.
Para o Brasil, os benefícios da aquisição do Gripen para a indústria
nacional de aeronáutica também devem ser significativos. O avião deve
ser montado na Embraer e 80 % da estrutura do caça Gripen vai ser
construída no Brasil – incluindo as asas do avião.
As estimativas preliminares são de que o desenvolvimento do Gripen
deverá gerar cerca de 1.800 empregos na indústria aeronáutica
brasileira. No total, 15 empresas brasileiras deverão estar envolvidas
no projeto de montagem. Segundo o vice-presidente da Saab, Lennart
Sindahl, as partes da aeronave produzidas no Brasil também vão abastecer
outros mercados.
Do RFI
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