A Primeira Guerra foi marcada pelo desenvolvimento e aprimoramento de muitos artefatos militares como os tanques de guerra, propostos inicialmente para romper as trincheiras inimigas. Também foi marcado pela utilização de aeronaves para observação, reconhecimento e, posteriormente, ataques aéreos ao solo e combates aéreos.
Naquela época, um soldado entrincheirado era alvo fácil para as aeronaves inimigas, e poder prever com antecedência uma investida aérea inimiga era fundamental para o sucesso no campo de batalha, ou ao menos poupar a vida dos soldados contra os ataques aéreos.

Inicialmente, a detecção de aeronaves era apenas visual, porém esta prática apresentava diversas falhas, pois era de curto alcance e sua eficácia se restringia ao período diurno. Com o tempo, os aviões passaram a operar a noite, voar a baixa altura com camuflagem semelhante ao terreno, voar com o Sol a favor e entre as nuvens e diversas outras práticas que dificultavam a localização visual pelos inimigos.

Nesse contexto, um outro método de detecção foi empregado: os "radares" acústicos. O radar de detecção de pulsos eletromagnéticos foi proposto inicialmente na Alemanha em 1904, por Christian Hülsmeyer, porém, como tinha pouca precisão e curto alcance, acabou sendo arquivado. Essa metodologia de detecção somente foi retomada em 1934, por Pierre David, e a partir de então aprimorada e aplicada com boa eficácia na Segunda Guerra Mundial.

Durante a Primeira Guerra Mundial e até o início da Segunda Guerra foram desenvolvidas algumas “engenhocas”, que tinham por objetivo aumentar a capacidade auditiva de seus operadores para escutar o ruído produzido pelas aeronaves inimigas.

Alguns aparelhos eram bem simples e consistiam em um cone metálico acoplado aos ouvidos de seu operador. Funcionavam do mesmo modo como o artifício de colocar a mão em volta da orelha para ouvir melhor. Não havia nenhum amplificador, microfone ou qualquer aparelhagem eletrônica, apenas os cones metálicos.

Pessoas com boa acuidade auditiva eram convocadas para ficar ali, tentando ouvir o ronco dos motores dos aviões se aproximando. Muitos cegos eram chamados para esta tarefa, justamente por possuírem ouvidos bem aguçados.

O aprimoramento dessa tecnologia levou ao desenvolvimento de verdadeiros “trambolhos”, porém alguns deles foram bastante eficientes naquilo em que foram propostos.

Durante a década de trinta foram usados cones de concreto para ouvir o barulho de bombardeiros inimigos. O sistema alemão era tão eficiente que podia-se ouvir bombardeiros decolando do outro lado do Canal da Mancha. Os alemães usavam dois conjuntos, um para para medir distância e outro para medir altitude.
Com o desenvolvimento do radar, essa técnica foi quase abandonada, mas depois voltou a ter importância quando se desenvolveram aeronaves invisíveis ao radar, mas agora possuem amplicadores eletrônicos e outros recursos tecnológicos.

Autor: Thiago Martiusi Moura, Unopar - Londrina


Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Radar
http://cafemodelismoforum.livreforum.com/aviacao-militarhistoria-f31/radares-acusticos-t3586.htm
pbrasil.wordpress.com/2010/03/27/
http://sistemadearmas.sites.uol.com.br/ge/fur10anti4.html