O governo argentino denunciou neste sábado a
"prepotência" do Reino Unido na disputa que mantêm pela soberania das
ilhas Malvinas, depois que um alto cargo do Executivo britânico advertiu
que a política argentina "está condenada ao fracasso". "O que a
história da humanidade mostra é que o que está destinado ao fracasso não
é a luta dos povos por defender sua integridade territorial mas a
prepotência colonial", disse o secretário de Assuntos Relativos às ilhas
Malvinas da Chancelaria argentina, Daniel Filmus.
Em comunicado divulgado pela Chancelaria, Filmus afirmou
que "basta comparar o mapa dos domínios coloniais britânicos obtidos
graças à escravidão e armas dos inícios do Século XX e o mapa atual onde
só restam 17 casos de colonialismo, dez dos quais são dominados pelo
Reino Unido". O funcionário argentino denunciou que o Governo britânico
rejeita o mandato das Nações Unidas para buscar uma solução pacífica
para o conflito.
Além disso, questionou que Londres rejeita agora
negociar enquanto "participou do diálogo bilateral com a Argentina por
esta questão entre os anos 1966-1982, ainda quando ditaduras sangrentas
governavam o país". As declarações de Filmus respondem às feitas pelo
ministro de Estado britânico para a América Latina, Hugo Swire, que
visitará o arquipélago.
Em sua mensagem aos habitantes das Malvinas, Swire
manifestou que o Governo britânico quer se sentar com o argentino para
"falar de uma série de temas concretos relativos ao Atlântico Sul", mas
ressaltou que "estas reuniões não podem, não devem e não vão excluir o
Governo das ilhas Malvinas", algo que é rejeitado pelo Executivo de
Cristina Kirchner, que não reconhece os ilhéus como terceira parte em
conflito.
Do Terra
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