O secretário de Estado americano, John Kerry, prometeu
nesta sexta-feira que seu governo defenderá o Japão no caso de um ataque
da China, inclusive os relacionados às ilhotas no Mar da China Oriental
reivindicadas por ambas potências, enquanto Tóquio assegurou que
responderá "com calma" às tensões com Pequim.
Kerry se reuniu hoje no Departamento de Estado com o ministro das
Relações Exteriores japonês, Fumio Kishida, e lhe reafirmou seu
compromisso com o Tratado de Segurança assinado em 1960 por ambos
países, pelo qual os Estados Unidos se comprometeram a defender ao Japão
em caso de ataque.
"Nesta manhã destaquei que os Estados Unidos seguem estando tão
comprometidos como sempre a cumprir nossas obrigações com base no
tratado com nossos aliados japoneses. Isso inclui o relacionado ao Mar
da China Oriental", afirmou Kerry após a reunião.
"Os Estados Unidos não reconhecem nem aceitam a ADIZ declarada pela
China no Mar da China Oriental, e não têm nenhuma intenção de mudar suas
operações na região", acrescentou.
O conflito no Mar da China Oriental subiu de tom depois que em 2012 o
governo japonês comprou três das ilhotas Senkaku (Diaoyu em chinês) de
seu dono japonês, ao que a China respondeu com a criação em novembro do
ano passado de uma Zona de Defesa de Identificação Aérea (ADIZ) que
inclui o disputado arquipélago.
Por sua parte, Kishida disse que hoje definiu com Kerry que o Japão
deve "responder de forma calma e decidida" à "tentativa da China de
mudar o status quo através da coerção e a intimidação nas ilhas Senkaku e
no mar da China Meridional", onde Japão, China e outros países
asiáticos também têm uma disputa territorial.
"Particularmente em relação ao anúncio da ADIZ, não poderemos
aceitá-lo, e não podemos nunca perdoar ações que ameacem a segurança de
nossa aviação civil", ressaltou.
No plano de defesa, Kerry e Kishida conversaram sobre "como
modernizar a aliança de segurança e traçar um roteiro para as próximas
décadas", algo que servirá para enfrentar desafios regionais, responder
às "ameaças da Coreia do Norte" e enfrentar desastres naturais, explicou
o americano.
Falaram também da possibilidade de "mudar a localização" da base
militar americana de Futenma (Okinawa), situada em uma área urbana e
rodeada de casas e edifícios públicos, segundo Kishida, que confirmou
que haverá uma primeira rodada de negociações sobre esse e outros
assuntos na próxima terça-feira.
Por último, concordaram que a conclusão das negociações para criar o
Acordo de Associação Transpacífico (TPP, em inglês) é "uma das coisas
mais importantes que ambos países podem fazer por seu futuro econômico",
nas palavras de Kerry.
Do Yahoo
0 Comentários