Os militares do Irã testaram com sucesso dois novos
mísseis feitos no país, disse o ministro da Defesa, brigadeiro Hossein
Dehqan, nesta segunda-feira, de acordo com a televisão estatal, antes de
negociações com potências mundiais para tentar chegar a um acordo sobre
restrições ao programa nuclear iraniano.
Dehqan afirmou que um deles era um míssil de longo
alcance com capacidade de escapar de radares. "A nova geração de mísseis
balísticos terra-terra com uma ogiva de fragmentação e os mísseis
superfície-superfície e ar-superfície, guiados por laser, chamados de
Bina (Perspicaz), foram testados com sucesso", disse Dehqan, segundo a
TV estatal.
"O míssil Bina é capaz de atingir com grande precisão
alvos importantes, tais como pontes, tanques e centros de comando do
inimigo."
O Irã já possuía os mísseis de longo alcance
superfície-superfície Shahab, com um raio de cerca de 2.000 quilômetros,
capazes de atingir Israel e bases militares dos Estados Unidos no
Oriente Médio.
No entanto, analistas questionam algumas das afirmações
dos militares do Irã, argumentando que eles costumam exagerar as
capacidades do armamento. O presidente do Irã, Hassan Rouhani, enviou
uma mensagem de congratulações, dizendo: "Os filhos do Irã testaram com
sucesso uma nova geração de mísseis", informou a TV.
A decisão de realizar o teste pode ser um sinal da luta
política interna no Irã. Rouhani foi criticado por um grupo de deputados
linha-dura no domingo, por bloquear uma prova de mísseis já planejada.
No entanto, não ficou imediatamente claro se o teste em questão era o
desta segunda feira.
Negociações
O Irã e seis potências mundiais firmaram um acordo em novembro pelo qual o governo iraniano concordou em limitar partes de sua atividade nuclear em troca do alívio de algumas sanções internacionais.
O Irã e seis potências mundiais firmaram um acordo em novembro pelo qual o governo iraniano concordou em limitar partes de sua atividade nuclear em troca do alívio de algumas sanções internacionais.
Políticos linha-dura, irritados com a mudança na
condução da política externa desde a eleição de Rouhani, em junho, vêm
repetidamente criticando o acordo. Mas a autoridade máxima no Irã, o
líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, até agora tem apoiado o pacto
internacional.
O Irã e seis potências vão começar a negociar um acordo
abrangente em Viena em 18 de fevereiro. A redução das sanções, impostas
ao Irã por suas atividades nucleares, começou em janeiro passado.
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