Especialistas que investigam o desaparecimento do avião da Malaysia Airlines com 239 pessoas a bordo acreditam que o jato provavelmente voou para o sul do oceano Índico, disse nesta quarta-feira uma fonte familiarizada com o assunto.
Onze dias depois do desparecimento do voo MH370, na rota Kuala Lumpur-Pequim, nenhum sinal do Boeing 777-200ER foi encontrado, apesar da inédita operação de busca envolvendo 26 países em dois vastos "corredores" -- um que vai em arco do Laos até o mar Cáspio, passando sobre grande parte da Ásia, e outro sobre o Índico, da ilha de Sumatra (Indonésia) até o oeste da Austrália.


"A hipótese de trabalho é que ele foi para o sul e, mais do que isso, que foi para o extremo sul desse corredor", disse a fonte, que pediu anonimato.
Essa opinião se baseia na falta de novidades nos países do corredor ao norte e ao fato de nenhum destroço ter sido descoberto na parte mais próxima do corredor sul.
Algumas fontes envolvidas manifestam o temor de que as buscas cheguem a um impasse por causa da relutância de alguns países em compartilharem dados estratégicos de radares militares e permitirem o acesso completo a seus territórios.
"São basicamente aviões espiões, para isso eles foram projetados", disse uma fonte, explicando a hesitação de alguns países em permitir a presença de aeronaves de vigilância marítima sobre suas águas territoriais.
O ministro malaio dos Transportes, Hishammuddin Hussein, encarregado da operação, disse em entrevista coletiva que "a busca pelo MH370 envolve desafios diplomáticos, técnicos e logísticos".
Autoridades da Malásia e dos EUA acreditam que o avião tenha sido deliberadamente desviado da sua rota, talvez por milhares de quilômetros, mas investigações sobre antecedentes dos passageiros e tripulantes não revelaram nada que explicasse um possível sequestro aéreo.
Na semana passada, uma fonte familiarizada com a avaliação dos EUA sobre o caso disse que provavelmente o avião voou para o sul e caiu no mar ao ficar sem combustível.
Se tiver de fato caído no sul do Índico, um dos lugares mais remotos e profundos do planeta, é grande a chance de que o avião nunca seja encontrado, e que o mistério nunca seja esclarecido.
Antes de desaparecer, o avião teve seus aparelhos de localização desligados. Numa última mensagem ao controle de tráfego aéreo, um dos pilotos disse que estava "tudo bem, boa noite". Dados de radares indicam que minutos depois disso o avião fez uma curva para oeste e pode ter voado por mais seis horas.

 


Da Reuters
(Reportagem adicional de A. Ananthalakshmi, Siva Govindasamy, Michael Martina e Niluksi Koswanage, em Kuala Lumpur; Andrea Shalal-Esa e Mark Hosenball, em Washington; Jane Wardell, em Sydney; e Peter Apps, em Londres)