Israel bombardeou instalações militares da Síria nesta quarta-feira,
em retaliação por um atentado a bomba que feriu quatro soldados
israelenses, em um incidente que acrescenta uma perigosa nova dimensão à
guerra civil síria.
Ao anunciar as incursões, rompendo o silêncio oficial que cercou ataques anteriores contra alvos sírios supostamente ligados à guerrilha libanesa Hezbollah, Israel parece buscar transmitir
uma mensagem de dissuasão ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
"Nossa
política é clara. Machucamos quem nos machuca", disse o
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em declarações públicas
ao seu gabinete. "Elementos sírios não só permitiram como também
cooperaram nos ataques contra as nossas forças", disse ele,
acrescentando que, ao adotar uma ação militar agora, Israel quer
restaurar a calma na sua fronteira norte.
A TV estatal síria não
mencionou os bombardeios israelenses. O Observatório Sírio de Direitos
Humanos disse que caças israelenses atingiram "vários locais
estratégicos do Exército sírio", mas que não houve vítimas.
O
ataque ocorre menos de um mês depois de o Hezbollah acusar Israel de
bombardear uma das suas bases na fronteira sírio-libanesa. O grupo xiita
na época prometeu retaliar.
No atentado de terça-feira, uma bomba
foi detonada perto de uma patrulha israelense, junto à cerca que divide
as colinas do Golã --território sírio ocupado por Israel desde 1967-- e
a parte do platô estratégico que está sob controle sírio. Um dos quatro
soldados feridos está em estado crítico.
Embora as suspeitas em
Israel tenham recaído sobre o Hezbollah, os líderes israelenses não
acusaram diretamente o grupo xiita, que é aliado de Assad na guerra
civil contra insurgentes sunitas, iniciada há três anos.
Embora o
Exército sírio tenha presença no Golã, algumas áreas são controladas por
rebeldes anti-Assad, inclusive militantes inspirados pela Al Qaeda e
também hostis ao Estado judeu. Israel já manifestou a preocupação de que
se torne cada vez mais um alvo durante e depois do conflito.
"Responsabilizamos
o regime de Assad pelo que acontece no seu território, e, se ele
continuar a colaborar com terroristas empenhados em ferir Israel, vamos
continuar cobrando um preço alto por isso e fazendo-o se arrepender das
suas ações", disse o ministro israelense da Defesa, Moshe Yaalon.
Do R7
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