O novo membro do conselho de administração da Petróleo Brasileiro vai pedir que a petroleira estatal reconsidere o uso da Amazon.com
como fornecedor de serviços diante das acusações de que a agência de
segurança dos EUA espiona alvos estrangeiros através dos dados
compilados pelas corporações dos EUA.
Usar a Amazon para o armazenamento de dados “é uma preocupação”, disse
por telefone Silvio Sinedino, que começará no próximo mês um segundo
mandato no conselho da Petrobras, com sede no Rio de Janeiro, como
representante dos trabalhadores. “Esta é uma das questões que levarei ao
conselho”.
Sinedino planeja conseguir uma revisão do acordo com a Amazon e os
legisladores brasileiros se preparam para votar uma lei que inclui uma
proposta do governo que requer que as empresas armazenem as informações
de usuários brasileiros em data centers locais.
A provisão foi solicitada em setembro, após as revelações de que a
agência de segurança dos EUA coleta informações de usuários de empresas
virtuais com sede nos EUA. A Amazon não foi vinculada ao escândalo da
agência de segurança dos EUA.
O site da Petrobras está hospedado em servidores da Amazon nos EUA, na
chamada área do norte da Virgínia, de acordo com Netcraft.com. A Amazon
já tem servidores em seus serviços web na região de São Paulo desde
2011, de acordo com o site da empresa.
Os clientes da Amazon escolhem entre 10 regiões em onde preferem que
seus dados sejam armazenados, disse Mary Camarata, porta-voz da Amazon,
em resposta por e-mail. A Amazon não transfere os dados a outra região
depois que os clientes escolhem, mas os clientes podem fazer isso por
conta própria, disse Camarata.
Para a Amazon, “a segurança é sempre nossa maior prioridade”, disse
Camarata. A empresa com sede em Seattle adota “as melhores práticas para
permitir que clientes armazenem conteúdo de forma segura”, disse. A
Amazon tem a agência americana CIA como cliente.
Informações públicas
“Todas as informações hospedadas nos servidores da Amazon são públicas e
a Petrobras tem interesse em divulgar isso”, disse a assessoria de
imprensa da empresa brasileira em resposta por e-mail.
“Dada a natureza dessas informações, a localização dos servidores não é
relevante. Informações de negócios são armazenadas segundo
procedimentos e tecnologias reconhecidos como as melhores práticas de
mercado na proteção da rede interna, dos dados e das informações”.
Programas secretos da agência de segurança dos EUA que incluem a coleta
de bilhões de registros telefônicos em massa de operadoras coma a
Verizon Communications e o acesso ilegal a cabos de fibra ótica no
exterior para roubar e-mails e dados da Internet da Google e da Yahoo!
foram revelados depois que Edward Snowden, ex-funcionário da agência de
segurança, vazou documentos informativos no ano passado.
O diretor da agência de segurança dos EUA, Keith Alexander, disse ao
comitê de serviços armados do senado americano no dia 27 de fevereiro
que a agência realizou 40 modificações em seus sistemas, desenvolveu
capacidades aprimoradas para identificar ameaças internas e realizou
mais verificações aleatórias de segurança.
Da Exame
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