O último presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, apoiou
nesta segunda-feira (17/03) o referendo realizado na Crimeia, onde a
maioria da população se manifestou a favor da união com a Rússia,
porque, na sua opinião, corrigiu um erro histórico.
"Se antes a Crimeia foi incorporada à Ucrânia conforme as leis
soviéticas, ou seja, segundo as leis do Partido (Comunista da URSS), sem
perguntar ao povo, desta vez o povo corrigiu aquele erro", disse
Gorbachev à agência Interfax.
O último presidente acrescentou que "é preciso cumprir a vontade do
povo e não introduzir sanções", em referência às pressões que os países
do Ocidente pretendem exercer sobre Moscou e ao não reconhecimento da
legitimidade da consulta popular na rebelde república autônoma
ucraniana.
A estratégica península banhada pelo Mar Negro foi cedida à Ucrânia
em 1954 pelo então líder soviético, Nikita Kruschev, quando tanto a
Rússia como a Ucrânia faziam parte da URSS. "Para impor sanções deve
haver fundamentos sérios, muito sérios. E estas devem ser respaldadas
pela ONU", ressaltou.
Para o pai da "perestroika", "a vontade do povo da Crimeia e sua
incorporação no seio da Federação Russa como entidade não é esse
fundamento". O parlamento da Crimeia aprovou hoje uma resolução pela
qual se declarou independente da Ucrânia e pediu oficialmente a anexação
da península à Rússia.
A declaração de independência chegou depois que 96,77% da população
que participou do referendo deste domingo se pronunciou a favor da
reunificação com a Rússia, uma consulta na qual 83,1% da população se
manifestou.
Do Agência Efe / Opera Mundi - Via: Brasil 247
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