Dois sinais “consistentes” com os emitidos por caixas negras de um
avião foram detectados pelo sonar acoplado ao navio da Marinha
australiana que participa nas buscas ao avião da Malaysia Airlines. “É
claramente a pista mais prometedora” conseguida até agora sobre a
localização do aparelho desaparecido há quase um mês, anunciou o
responsável pelas buscas no Sul do Índico.
A notícia surge dois dias depois de um navio chinês ter detectado um sinal rádio com a mesma frequência da
emitida pelos localizadores das caixas negras usadas pela aviação
comercial, numa área 600 quilómetros a nordeste do local agora
referenciado.
O general Angus Houston, chefe da Autoridade de
Segurança Marítima da Austrália (AMSA), insiste que não há ainda
qualquer confirmação de que os sinais captados pertencem aos registos de
voo do Boeing 777 que desapareceu dos radares a 8 de Março, pouco
depois de levantar voo de Kuala Lumpur em direcção a Pequim. “Ainda não
encontrámos o avião, precisamos de mais confirmações.”
Houston
explicou que os sinais de rádio foram detectados pelo sonar submarino da
Marinha norte-americana que está a ser rebocado pelo navio australiano Ocean Shield,
numa zona a 1680 km a nordeste da cidade de Perth. Foi possível captar a
frequência durante duas horas e meia e, quando se perdeu o contacto, o
navio deu meia volta e conseguiu detectar os sinais por mais 13 minutos.
“Nesta
ocasião foram detectados dois sinais distintos”, explicou o general,
sublinhando que “isso é consistente com as transmissões da caixa negra
que regista os dados de voo e da que regista as vozes no cockpit”.
No entanto, acrescentou, a confirmação de que os sinais emitidos
pertencem ao voo MH370 poderá demorar semanas. “Num oceano de águas
muito profundas, nada acontece depressa”, sublinhou.
Esta é, no
entanto, cada vez mais uma corrida contra o tempo. Em caso de acidente,
as caixas negras emitem sinais destinados a facilitar a sua localização,
mas as baterias destes localizadores têm uma duração estimada de apenas
um mês — prazo que no caso do avião da Malaysia Airlines se cumpre
nesta terça-feira —, embora haja casos em que se mantiveram activos
bastante mais tempo.
Caso seja possível definir uma área mais pequena de buscas, será lançado ao mar o submarino não tripulado Bluefin 21,
para tentar localizar destroços do avião. Mas também essa será uma
tarefa difícil, uma vez que na área onde decorrem actualmente as
operações há zonas com 4,5 km de profundidade, o limite máximo do
submergível. “Estamos no limite das capacidades e possivelmente
ficaremos limitados se o avião tiver acabado numa zona de águas muito
profundas”, admitiu o general.
Do Publico
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