Os familiares das três técnicas de enfermagem que estavam no bimotor
Beechcraf Baron desaparecido no dia 18 de março, quando seguia de
Itaituba para Jacareacanga, oeste do Pará, pedem doações em dinheiro,
alimentos, botas, facões e material para auxiliar nas buscas que serão
feitas por voluntários na floresta amazônica.
A mobilização para arrecadação iniciou na sexta-feira (3), após a
aeronave de resgate ter sido dispensada pela Força Aérea Brasileira
(FAB). Mesmo com o retorno do helicóptero Black Hawk a Jacareacanga na
sexta-feira (4), os familiares das vítimas, que residem em Santarém,
oeste do Pará, garantem que a coleta de mantimentos e equipamentos
permanece. "São cerca de 300 voluntários que vão entrar na mata lá nas
redondezas de Jacareacanga. Eles precisam de alimentos, precisam estar
equipados para entrar, porque é perigoso", explica o tio de uma das
passageiras, Rubélio Santos.
Além das técnicas de enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa, também estavam a bordo o motorista Ari Lima e o piloto Luiz Feltrin.A professora Cláudia Aguiar, irmã de Luciney, contou ao G1 que o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) enviou um ofício para a família das três técnicas de enfermagem, que descreve o que deve ser arrecadado para que os voluntários entrem na mata. A lista pede que sejam enviados a Jacareacanga alimentos como feijão, café, açúcar, arroz, farinha, enlatados, e equipamentos como botas de tamanho 39 a 42, facões grandes para cortar a mata, fogos de artifício, lanternas e velas. Algumas famílias também estão arrecadando dinheiro para comprar os mantimentos.
Em Santarém, foram definidos três pontos de coleta: Avenida Professor
Carvalho, número 470; farmácia Primavera da Avenida Mendonça Furtado,
esquina com Travessa 7 de setembro e Avenida Presidente Vargas, 2236.
Quem tiver interesse em doar, deve entrar em contato com os familiares
de Rayline Campos pelo celular (93) 9123-1821, e de Luciney de Aguiar
através do (93) 9140-2023. Os familiares da técnica de enfermagem
Raimunda Costa estão fazendo arrecadações em lojas do centro comercial
de Santarém.
Segundo a irmã de Luciney, todo material arrecadado será enviado no
final do dia para Jacareacanga, município onde estão os voluntários.
Entenda o caso
A aeronave decolou do aeroporto de Itaituba às 11h40 do dia 18 de março e sumiu 1h20 depois de o piloto ter feito o último contato pelo rádio. Desde então, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizava buscas na região. Além das buscas aéreas, voluntários, que incluem moradores de Jacareacanga, funcionários do Distrito Sanitário Indígena e indígenas da tribo Munduruku também procuram diariamento na mata.
A aeronave decolou do aeroporto de Itaituba às 11h40 do dia 18 de março e sumiu 1h20 depois de o piloto ter feito o último contato pelo rádio. Desde então, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizava buscas na região. Além das buscas aéreas, voluntários, que incluem moradores de Jacareacanga, funcionários do Distrito Sanitário Indígena e indígenas da tribo Munduruku também procuram diariamento na mata.
Uma das passageiras chegou a mandar mensagens de celular avisando que o
avião passava por problemas. No primeiro SMS, enviado às 12h47, a
técnica em enfermagem Rayline Campos avisava o tio Rubélio Santos sobre o
perigo que enfrentava. "Tio to em temporal e um motr parou avisa a mae q
amo muit tods ...to aflita..to em pânico...se eu sair bem aviso...to
perto do jkre...reza por nos...n avisa a tia ainda... (sic)", dizia a
mensagem. No segundo torpedo, emitido às 12h48, a passageira pediu
socorro. "O motor ta parando.socorro tio tio (sic)."
A FAB chegou a anunciar a suspensão das buscas por tempo indeterminado,
mas ao voltar para a base, em Manaus, a tripulação da aeronave teria
avistado algo e decidiu retomar as buscas. O órgão militar informou
ainda que a averiguação foi realizada sob condições meteorológicas não
ideais e foi interrompida por esta sexta. Novas buscas serão iniciadas
se o tempo melhorar na região neste sábado (5). O Black Hawk ficará em
Jacareacanga de sobreaviso para atuar em caso de acionamento.
De acordo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a situação da
aeronave desaparecida, de matrícula PR-LMN, estava regular. A Inspeção
Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA)
estavam em dia.
Da CBN
Um avião bimotor que transportava profissionais de saúde
para uma aldeia indígena do Pará, em uma área de floresta densa, está
desaparecido desde o começo da tarde desta terça-feira, 19. A aeronave
com cinco pessoas a bordo sumiu quando estava perto de Jacareacanga do
Pará, a 1,7 mil quilômetros da capital, Belém.
Uma das passageiras mandou uma mensagem
pelo celular ao tio relatando problemas no voo: "Tio to em temporal e
um motr parou avisa a mae q amo muit tods ...to aflita..to em
pânico...se eu sair bem aviso...(sic)", escreveu a técnica de enfermagem
Rayline Sabrina Brito Campos. O Ministério da Saúde divulgou nesta
quarta-feira, 19, o nome das pessoas que estavam no avião bimotor
desaparecido. Além de Rayline, estavam no voo as técnicas de enfermagem
Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa, o motorista Ari
Lima e o piloto Luiz Feltrin. Eles iriam substituir outro grupo que
prestava serviço na aldeia Munduruku.
A aeronave,
modelo Beechcraft BE 58 Baron, saiu de Itaituba às 11h40 de terça, e
tinha como destino a aldeia Munduruku. Em meio ao mau tempo, no entanto,
acabou sumindo dos radares. De acordo com a Força Aérea Brasileira
(FAB), o sumiço ocorreu a aproximadamente 29 km à nordeste de
Jacareacanga. Neste momento, FAB, Polícia Militar do Estado do Pará e a
Jotan Taxi Aéreo - empresa dona do modelo desaparecido - estão fazendo buscas com cinco aeronaves.
Segundo
informações do Salvaero da Região Amazônica, unidade da FAB que
coordena as buscas na Região Norte, as buscas pretendem alcançar uma
área de 1.165 quilômetros quadrados, e até por volta das 14h, 72
quilômetros quadrados já haviam sido sobrevoados. O mau tempo na região,
com formação de nevoeiros, está prejudicando a visibilidade nas buscas.
A Jotan Taxiaéreo informou que ainda não vai se pronunciar sobre o caso.
Do DGABC
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