A Suécia emprestará dez caças ao Brasil enquanto inicia a entrega dos
36 caças-bombardeiros supersônicos Gripen NG que a Força Aérea
Brasileira (FAB) comprou do construtor sueco Saab por US$ 4,5 bilhões.
Os
aviões oferecidos em empréstimo são do tipo Gripen CD, um modelo menos
moderno que o Gripen NG (New Generation), e permitirão que os pilotos
brasileiros treinem com os aparelhos que o país começará a receber em
2018.
As primeiras aeronaves emprestadas chegarão ao país no
primeiro semestre de 2016, segundo uma nota publicada pelo Ministério da
Defesa em seu portal na internet após o encontro que o ministro Celso
Amorim teve nesta quinta-feira em Estocolmo com sua colega sueca, Karim
Enström.
Esse prazo permitirá que os aviões sejam utilizados para a
proteção do espaço aéreo brasileiro durante os Jogos Olímpicos que o
Rio de Janeiro organizará em 2016.
De acordo com o Ministério, as
negociações relativas ao empréstimo se encontram em estado avançado e se
referem tanto ao envio dos aviões como ao treinamentos dos pilotos e à
oferta de apoio logístico.
A negociação foi abordada pelo
comandante da FAB, general Juniti Saito, nas reuniões que teve com
oficiais da Força Aérea da Suécia em Estocolmo esta semana e nas quais
se estabeleceu que o Brasil assumirá os custos de operação das aeronaves
durante o período de empréstimo.
Em sua visita a Estocolmo,
Amorim assinou um acordo marco de cooperação que prevê a participação do
Brasil em um projeto para produzir conjuntamente os Grippen NG.
Os
dois ministros da Defesa conversaram também sobre a possibilidade de
participar conjuntamente no desenvolvimento de armas, equipamentos
aeronáuticos e soluções de defesa cibernética.
'Amorim reiterou à
ministra sueca as condicionantes fixadas pelo Brasil para aquisição dos
caças, sendo a principal delas a necessidade de irrestrita transferência
tecnológica, com acesso a códigos-fonte da aeronave', segundo um
comunicado do Ministério da Defesa.
O ministro manifestou ainda o
desejo do Brasil de ter direito a vender a outros países
latino-americanos os aviões de tecnologia sueca que serão produzidos em
território brasileiro.
Segundo as conversas preliminares, a
construção dos aviões no Brasil gerará entre dois mil e três mil
empregos diretos, principalmente na fábrica que a Saab montará na cidade
de São Bernardo do Campo, mas também em empresas locais como a Embraer.
O
governo brasileiro anunciou em dezembro do ano passado que escolheu os
caças da Saab na licitação aberta para adquirir 36 aviões de combate de
última geração para substituir seus Mirage 2000 de fabricação francesa
cuja vida útil já terminou.
Os aviões suecos concorriam com os
Rafale da empresa francesa Dassault e com os FA-118 Super Hornet da
americana Boeing em uma licitação lançada em 2001 e suspensa várias
vezes.
O Brasil pagará US$ 4,5 bilhões pelos 36 aviões, abaixo dos
US$ 8 bilhões exigidos pela Dassault e dos US$ 7,5 bilhões pedidos pela
Boeing.
Do EFE/MSN
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