Forças ucranianas retomaram um campo de aviação na cidade de Kramatorsk que estava ocupado por militantes pró-Rússia, informou o gabinete do presidente em exercício Oleksander Turchinov nesta terça-feira (15). Um porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano citado pela agência EFE disse que houve mortes durante a ação.
O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, se disse profundamente preocupado com os relatos de mortes na operação.
 
Os meios de comunicação russos, citando fontes entre os manifestantes, afirmaram que entre quatro e 11 rebeldes morreram.
Segundo a agência Interfax, o ministro da Defesa ucraniano afirmou que nenhum integrante das tropas de Kiev morreu ou foi ferido durante a operação.
De acordo com relatos de testemunhas à France Presse, tropas ucranianas foram levadas de helicóptero até o local.
 
Jornalistas da AFP viram manifestantes pró-russos, que dominam a parte civil do aeródromo, aglomerados junto às grades da parte militar da instalação.
Alguns manifestantes acusaram os militares de terem disparado e causado feridos, mas não foi possível confirmar essas informações.
Após o anúncio da operação, a Casa Branca afirmou por meio de seu porta-voz que as provocações dos separatistas no leste da Ucrânia levaram o governo de Kiev a ser obrigado a responder, mas ressaltou que o país tem a responsabilidade de manter a ordem e a lei na região.
 
Operação
Mais cedo, o chefe da operação antiterrorista iniciada nesta terça pelo governo da Ucrânia, o general Vasyl Krutov, advertiu as milícias pró-russas que "não haverá mais ultimatos" e que o exército ucraniano "combaterá os invasores estrangeiros". A operação estaria em andamento também na cidade de Slaviansk, mas até a publicação desta reportagem, não havia informações sobre confrontos ou movimentação de tropas no local.
 
"Os ultimatos são assuntos de civis. Isto é uma operação militar", disse Krutov a um grupo de jornalistas próximo à cidade de Izium, na região ucraniana de Kharkiv.
 
Krutov, que é general dos serviços secretos ucranianos, estimou que cerca de "300 homens armados atuam no leste da Ucrânia, principalmente em Slaviansk", cidade da região oriental de Donetsk e próxima à fronteira com a Rússia.
"Vamos combatê-los porque são invasores estrangeiros, bandidos e terroristas", assinalou o chefe do Centro Antiterrorista e subchefe do Serviço de Segurança da Ucrânia. Pelo menos 20 blindados do exército ucraniano se posicionaram em Izium, a cerca de 40 quilômetros da cidade de Slaviansk, reduto das milícias pró-russas que se sublevaram contra Kiev.
 
Os blindados, que trazem bandeiras ucranianas, se encontram estacionados em um cruzamento de estrada junto ao qual aterrissaram dois helicópteros de transporte militar, segundo pôde comprovar a Agência Efe.
O presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, anunciou o começo da operação antiterrorista na região de Donetsk nesta manhã.
"O objetivo destas ações, volto a sublinhar, é defender os cidadãos da Ucrânia, frear o terror e as tentativas de desmembrar o país", disse Turchinov ao inaugurar a sessão plenária da Rada Suprema, o parlamento ucraniano.
 
O governo tinha dado um prazo - até a manhã desta segunda- para que os pró-russos depusessem as armas e desalojassem os edifícios administrativos que mantêm ocupados, dando garantias que os ativistas que não seriam perseguidos judicialmente caso acatassem as exigências das autoridades.
No último domingo, em mensagem ao país, Turchinov anunciou que o Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia começaria uma "operação antiterrorista de envergadura com o uso das Forças Armadas" para restabelecer a ordem nas regiões orientais de país, de maioria russa.