A cúpula da Marinha está dividida quanto à reforma prevista no porta-aviões São Paulo, embarcação de guerra adquirida da França em 2000. A dúvida é sobre o custo elevado da reforma, que pode ultrapassar R$ 1 bilhão para
dar mais 20 anos de vida útil a um equipamento ultrapassado. Um grupo
de oficiais defende a baixa do equipamento, o que significa a
“aposentadoria” do São Paulo.
Da Revista Época
O envelhecimento da frota da Marinha do Brasil é um fato irrefutável. Há
alguns meses, a fragata União, quando se deslocava para ser a nau
capitânia da Força Naval da ONU no Líbano pifou, com avaria na
propulsão. Agora, está sendo consertada na Itália, ao preço de R$ 1,17
milhão. No dia 20 de março, esta coluna estampou: “Marinha do Brasil
sofre com frota envelhecida”. As fragatas já atuam há 30 anos.
Agora, surge um caso mais grave, pois o navio Ceará ficou seis dias à
deriva, com 600 militares a bordo, perto da Guiana, a caminho do Haiti.
Por sorte, não houve consequência maior, mas o fato é lamentável. O
navio de desembarque de doca (NDD) Ceará é o que se pode chamar de
relíquia, pois começou a operar na Marinha dos Estados Unidos em 1956,
antes da fundação de Brasília – ocorrida em 1961. Foi incorporado ao
pavilhão verde e amarelo em 1990 e, embora acabe de sofrer longa
reforma, que durou seis anos, não é mais um jovem cheio de vida e... dá
mostras de sua fraqueza.
Um especialista comentou com a coluna: “As consequências do
envelhecimento da frota da nossa Marinha têm sido implacáveis e
provavelmente continuarão a demonstrar que não estamos preparados para
prover segurança confiável em nossas águas e afastar a atuação dos
tráfegos de armas, drogas e contrabando e até futuros atos de
terrorismo. É imprescindível, e urgente, para o nosso país dispor de um
mínimo de navios modernos que, no momento, não precisam ser caros e
sofisticados, mas que possam realizar o esperado em termos de defesa de
nossas áreas estratégicas”. E acrescenta: “As dificuldades orçamentárias
são severas, há tantos anos, que já se fala em tentar estender a vida
desses antigos navios por mais dez ou 15 anos, trocando-se exatamente a
propulsão e alguns itens do sistema de combate tais como radares e
software. Com isso se perderia boa parte do dinheiro que poderia estar
sendo empregado em navios novos”.
A Marinha projeta reforma, de R$ 1 bilhão, no porta-aviões São Paulo,
que tem passado mais tempo atracado do que no mar. Como esse
porta-aviões já tem cinco décadas de vida, não se sabe se vale a pena
investir em reformas. Talvez fosse melhor lançar um programa de navios
novos, pouco sofisticados, de porte médio, mas capazes de executar
missões importantes, em vez de investir em navios e um porta-aviões já
desgastados pela dura vida no mar.
Tudo isso prejudica não apenas a proteção no mar – onde estão as
bilionárias plataformas de petróleo – como afeta a imagem de um país que
pleiteia um assento no Conselho de Segurança da ONU. E, nos próximos
dias, a tesoura de Joaquim Levy passará por todos os ministérios,
inclusive o da Defesa, não se sabe com que intensidade. Além da Marinha,
não se conhece, com exatidão, as carências nos recantos da FAB e nos
quartéis do Exército.
Do Monitor Mercantil
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