Vencendo a própria resistência a uma intervenção na guerra civil síria,
Paris envia aviões de combate à região. Em encontros internacionais em
Nova York, o papel de Assad no futuro da Síria é ponto controverso.
Aviões de combate franceses bombardearam pela primeira vez, neste
domingo (27/09), posições do grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) na
Síria. O governo em Paris justificou a iniciativa prometendo "investir
sempre que nossa segurança nacional estiver em jogo".
A operação ocorre "em coordenação com nossos parceiros na região" e
prova a firmeza da França em lutar contra os jihadistas, prosseguiu o
gabinete do presidente François Hollande. Segundo este, foram empregados
"seis aviões, entre os quais cinco do tipo Rafale", e "o ataque atingiu
seus objetivos sem consequências para a população civil".
Até o momento, a Força Aérea francesa só participara da aliança militar
liderada pelos Estados Unidos no Iraque. Em 8 de setembro, Hollande
anunciou a mobilização de voos de reconhecimento na região. É com base
nas informações assim coletadas que se realizam os presentes ataques
aéreos contra o EI.
Paris vinha resistindo a intervir na guerra civil síria a fim de não
fortalecer o presidente Bashar al-Assad, classificado por várias
instâncias ocidentais como ditador. Em referência à atual ofensiva
aérea, o Palácio do Eliseu enfatizou a importância de proteger a
população síria tanto da violência dos fundamentalistas islâmicos quanto
dos "bombardeios assassinos do presidente Assad".
Síria discutida em Nova York
As autoridades francesas também apelam por uma "solução abrangente" da
crise na Síria. "É mais urgente do que nunca possibilitar uma transição
política, unindo elementos do regime e a oposição moderada." Ficou em
aberto até que ponto o próprio Assad poderia ser parte dessa solução.
Em Nova York, o ministro francês do Exterior, Laurent Fabius, esclareceu
que a renúncia de Assad não é uma pré-condição para o início das
negociações sobre a situação síria, mas, no fim das contas, a sua meta.
Até então, Paris exigia com veemência a deposição do presidente.
À margem da cúpula de sustentabilidade da ONU, que se encerrou neste
domingo na metrópole americana, realizaram-se conversações em diversos
níveis por uma solução do conflito na Síria.
Um ponto controverso segue sendo o papel a ser assumido por Bashar
al-Assad num eventual cenário de paz. Diante da crescente ameaça
representada pelo EI para toda a região, são cada vez mais prementes os
apelos internacionais por um diálogo com o governante sírio.
Do DW
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