O governo brasileiro deve oficializar em 2016 um contrato para compra
de três unidades do sistema de defesa antiaérea Pantsir-S1, de
fabricação russa. O encaminhamento do acordo, no valor de US$ 500
milhões, foi confirmado pelo embaixador do Brasil na Rússia, José
Antonio Vallim Guerreiro, e por empresários da área de Defesa às margens
da visita do vice-presidente Michel Temer a Moscou, onde se encontrou
com o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, na quarta-feira, 16.
A
viagem da delegação liderada por Michel Temer ocorreu entre o domingo e
a quarta-feira. O vice-presidente viajou a Moscou acompanhado de seis
ministros do PMDB, mas não do ministro da Defesa, Jaques Wagner, cuja
presença chegara a ser anunciada. Mesmo com a ausência da principal
autoridade da área no setor de Defesa, entretanto, as negociações para a
aquisição do sistemas Pantsir-S1 evoluíram.
De acordo com a
agência de notícias pública russa Ria Novosti, o acordo para a compra
das baterias antiaéreas deve ser concluído em 2016. A previsão foi
confirmada em Moscou pelo embaixador brasileiro. "Segundo as informações
que tenho, o contrato será assinado no próximo ano, em um contrato
total de US$ 500 milhões", afirmou Guerreiro, que indicou a perspectiva
de compra de três unidades dos veículos. O Serviço Federal para
Cooperação Técnica-Militar da Rússia também confirma a iminência do
negócio.
Carência. A transação foi um dos objetos de
conversações na 9ª Reunião da Comissão Intergovernamental de Cooperação
(CIC) Brasil-Rússia, realizada esta semana, com a presença de Temer.
Segundo informações obtidas pelo Estado durante o evento, o negócio pode
prever oito anos de carência no pagamento - o que reduziria o impacto
orçamentário de curto prazo, sem comprometer o momento de ajuste fiscal
no Brasil.
No entanto, de acordo com um empresário
brasileiro da área de armamentos presente em Moscou, o custo pode variar
"até US$ 700 milhões, dependendo das exigências de transferência de
tecnologia que podem ser feitas pelo Ministério da Defesa".
O
interesse do Ministério da Defesa pelo Pantsir-S1 existe desde 2013 e a
perspectiva inicial era de que a aquisição fosse sacramentada em tempo
de os equipamentos serem utilizados na época da Copa do Mundo do Brasil,
em 2014, por serem adaptados à proteção de prédios e de instalações
estratégicas. Entre as características do equipamento, estão a
capacidade de atingir alvos a curta e média distâncias, entre 1,2
quilômetro e 20 quilômetros de distância.
A Rússia - assim
como os Estados Unidos e a França - também demonstrou interesse em
acordos para aproveitar a infraestrutura da base aeroespacial de
Alcântara (MA), um dos melhores pontos do mundo para lançamento de
foguetes. A ideia dos russos seria explorar o lançamento dos
lança-foguetes Angara, desenvolvido pelo Centro Khrunichev de Pesquisas
Espaciais.
Ucrânia. Mas as negociações caminham para um
acordo do Brasil com os norte-americanos, ou para uma parceria para
exploração conjunta entre Brasil, EUA e França. As negociações começaram
desde o rompimento, em julho, do acordo firmado entre o governo
brasileiro e a Ucrânia.
Segundo o empresário do setor de
Defesa, "a Rússia chegou a abrir conversas primárias de um acordo para o
lançamento de foguetes de até 64 toneladas, mas os americanos estão
adiantados. O acordo foi encaminhado durante a visita de Dilma Rousseff a
Washington (em visita oficial da presidente à Casa Branca, em junho)".
Do O Povo - As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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