Reunidos em Moscou nesta segunda-feira (21/09), o primeiro-ministro de
Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin,
anunciaram um plano de coordenar suas operações militares no espaço
aéreo da Síria.
Segundo o premiê israelense, os governantes "concordaram sobre um
mecanismo" para "prevenir desentendimentos entre as Forças de Defesa de
Israel e tropas russas".
Israel teme que aviões de guerra e sistemas antiaéreos enviados pela
Rússia às forças do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, acabem
nas mãos do Hisbolá. Principal inimiga de Israel, a milícia com base no
Líbano é aliada de Assad e recebe suporte do Irã.
"Nossa política é fazer de tudo para impedir o envio de armas ao Hisbolá", disse o primeiro-ministro israelense.
"Segunda frente"
Durante o encontro, Netanyahu disse a Putin que o Irã e a Síria vem
fornecendo armas de guerra avançadas ao Hisbolá na tentativa de
estabelecer uma "segunda frente terrorista nas Colinas de Golã". A
região foi tomada da Síria por Israel e anexada ao território do país em
1981.
Putin afirmou que "entende" as preocupações, mas rejeitou a ideia de que
as forças de Assad e o Irã estejam criando uma "segunda frente" contra
Israel.
O presidente russo argumenta que o auxílio militar à Síria é necessário
no combate ao grupo "Estado Islâmico" (EI) e que o envio de armamentos
está de acordo com tratados internacionais vigentes. Já os Estados
Unidos acusam Moscou de fomentar o conflito entre o regime de Assad e os
rebeldes sírios.
Na semana passada, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry,
alertou que a tática russa de enviar armamentos à Síria ameaça o combate
dos EUA e de países aliados contra o EI. Imagens de satélite mostraram a
chegada de tanques e outros equipamentos militares russos a uma base
aérea próxima à cidade de Lataquia, onde fica o principal porto da
Síria.
Putin argumentou que as ações de Moscou no Oriente Médio sempre foram e serão "responsáveis."
Após a reunião, Netanyahu disse que informou a Casa Branca sobre "cada
detalhe" do encontro. "Todos têm interesse em evitar choques
desnecessários" sobre a Síria, afirmou o premiê.
Do DW
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