O Departamento de Comércio dos Estados Unidos impôs nesta terça-feira tarifas contra os subsídios aos jatos CSeries da Bombardier,
depois que a rival Boeing Co acusou o Canadá de subsidiar injustamente a
aeronave, numa decisão que provavelmente prejudicará as relações
comerciais entre os vizinhos.
O departamento disse ter aplicado uma tarifa compensatória de 219,63
por cento nas importações dos novos jatos comerciais da Bombardier após
concluir preliminarmente sobre a prática de subsídio.
A Boeing queixou-se de que os aviões de 110 a 130 assentos foram
vendidos abaixo do custo no mercado norte-americano no ano passado, com a
empresa canadense se beneficiando de subsídios injustos.
Um pedido 75 jatos CSeries feito pela Delta Air Lines, em abril de
2016, decorreu das mesmas práticas prejudiciais de vendas que a rival
Airbus empregou para ganhar negócios na década de 1990, de acordo com a
Boeing.
A penalidade do Departamento de Comércio contra a Bombardier só
entrará em vigor se a Comissão de Comércio Internacional dos Estados
Unidos (ITC) decidir em favor da Boeing em uma decisão final prevista
para 2018.
“Estamos totalmente em desacordo com a decisão preliminar do
Departamento de Comércio”, disse a Bombardier em um comunicado, chamando
a magnitude das tarifas propostas de “absurda”.
Já a Boeing disse em comunicado que “esta disputa não tem relação com
limitar a inovação ou a concorrência, o que consideramos positivo. Está
relacionado a ter um quadro de igualdade e garantir que as empresas
aeroespaciais respeitem os acordos comerciais”.
A Embraer disse em uma declaração por email que a decisão dos EUA
reforça o argumento do Brasil perante a Organização Mundial do Comércio
(OMC) de que os subsídios à Bombardier violam as obrigações comerciais
do Canadá.
Da Exame
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