Lockheed Martin constrói aviões de combate, incluindo o F-35 Joint Strike Fighter, que possui um motor suficientemente grande para fazer funcionar canhões de laser.
Mas agora Lockheed precisa desenvolver uma arma laser que caiba em um avião de combate, algo que teria sido uma missão impossível há poucos anos atrás.
No entanto, quando o Air Force Research Lab (AFRL) anunciou que estava procurando um contratista da área de defesa para construir um laser de fibra de alta potência, suficientemente poderoso e preciso para derrubar mísseis inimigos em voo e, ao mesmo tempo, pequeno o bastante para caber em um avião de combate. Lockheed Martin foi o primeiro da fila em oferecer seus serviços, informou o site de notícias de Nova York Businessinsider.
No início deste mês, soubemos que a AFRL pagará à Lockheed Martin 26,3 milhões para projetar, desenvolver e construir um protótipo de arma laser de alta energia para ser instalado a bordo de aviões de combate da Força Aérea em 2021.
Lockheed Martin já comprometeu-se a construir um canhão laser ofensivo de 200 quilowatts para inserir a bordo de grandes aeronaves, como o AC-130.
O laser de defesa necessário para aeronaves de combate será menor e poderá aproveitar os poderosos motores do F-35 Joint Strike Fighter, capazes de produzir 20 megawatts de potência, mais do que o suficiente para alimentar um canhão laser sem comprometer as necessidades de energia da aeronave.
O Pentágono tem trabalhado no desenvolvimento de armas laser aerotransportadas desde pelo menos 2004, quando a Lockheed fez parceria com a Boeing, Raytheon e Northrop Grumman na construção do Airborne Laser experimental ou ABL.
Ao contrário de balas, bombas ou mísseis, este tipo de arma limita os danos a um alvo específico, além de limitar os danos colaterais. Lasers viajam à velocidade da luz e são relativamente baratos.
Em um avião de combate, eles podem ser particularmente eficazes, inclusive capazes de derrubar mísseis, de acordo com as autoridades. Vejamos isso dessa maneira: uma arma que dispara à velocidade da luz viajando em um avião de combate potencialmente mais rápido do que a velocidade do som para derrubar um míssil que, por sua vez, também viaja a uma velocidade supersônica. Isso representa um avanço na velocidade e precisão do armamento moderno.
Outro sinal do avanço desta tecnologia é que a Lockheed assinou um contrato de 9,4 milhões de dólares, e a General Atomics um outro de quase 9 milhões de dólares para desenvolverem um laser que possa ser instalado em um drone.
A empresa General Atomics, que fabrica os aviões não-tripulados Predator e MQ-9B, assinou um contrato com a Agência de Defesa de Mísseis para desenvolver um laser que possa ser instalado em um drone.
Mas os lasers requerem grandes quantidades de energia para funcionar e liberam muito calor, o que significa que precisam de espaço. Conseguir que sejam compactos o suficiente para caber em um avião de combate é um grande desafio, sem mencionar a capacidade de suportar a turbulência e as cargas geradas por uma aeronave dessas características.
Para superar essas desvantagens, o Pentágono também trabalhará com a Northrop Grumman e com a companhia Boeing.
Em 2014, a Marinha instalou um laser no navio USS Ponce, testando-o contra pequenas embarcações.
Desde então, à medida que a tecnologia continuou a avançar, o exército tem armado caminhões e Humvees com armas laser.
Raytheon, por sua vez, até colocou um laser em um buggy militarizado. No início de 2017, equipou um helicóptero Apache com uma arma laser pela primeira vez.
Essa demonstração deixou em evidência que há avanços significativos na tecnologia, de acordo com Ben Allison, diretor da linha de produtos laser de alta energia da Raytheon, de acordo com a Infobae.
“Os lasers que são implantados fora do ambiente de laboratório são um dos maiores obstáculos que temos de superar neste setor. No laboratório, você pode controlar o meio ambiente, incluindo umidade e poeira. E os desafios de poder fazer a transição do laboratório para uma plataforma móvel, seja no solo ou em um ambiente no ar, são bastante altos”, acrescentou.
É ainda mais difícil em um avião de combate.
Mas, de acordo com o contrato, a Lockheed terá de desenvolver e testar uma arma laser instalada em um avião a jato em 2021.

Do ET