Royalties do pré-sal poderão financiar construção de navios para a Marinha.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou hoje (17) que enviará
um projeto de lei ao Congresso nos próximos dias, sugerindo uso de royalties do
pré-sal para capitalizar projetos da Empresa Gerencial de Projetos
Navais (Emgepron). De acordo com o ministro, a proposta não implicará em
retirada de recursos dos royalties destinados à educação.
Se
a medida for aprovada, os recursos vão financiar quatro corvetas
(navios de guerra) para a Marinha garantir a segurança costeira do país.
O valor a ser destinado ainda não foi definido. Segundo Jungmann, a
Emgepron não foi afetada por contingenciamento devido ao teto de gastos
públicos, uma vez que a empresa não depende financeiramente do Tesouro.
Rio de Janeiro
Perguntado
sobre a comunicação entre o governo do Rio de Janeiro e a esfera
federal nas ações em conjunto entre Forças Armadas e polícias no combate
ao tráfico de drogas em comunidades, especialmente na Rocinha, o
ministro falou que o diálogo vai bem.
“Está muito bem hoje. Nós
tivemos algumas dificuldades e conflitos. Afinal, você tem dez
organizações policiais e militares participando de operações que
envolvem, às vezes, 10 a 11 mil homens. Fizemos ajustes de atitudes e
hoje isso se encontra superado”, declarou.
Jungmann avalia que,
de modo geral, a violência diminuiu na comunidade. “Na Rocinha, quando
nós chegamos, tínhamos uma guerra promovida por um bandido a 5 mil
quilômetros de distância, o que levou àquela situação agravada. Hoje,
não existe mais isso. Existe tiroteio na Rocinha, infelizmente faz parte
da história daquela comunidade”
Jungmann reforçou que as ações
de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) continuam até o final de 2018 no Rio
de Janeiro. A Força de Ação Rápida, que chega em uma a duas horas até a
Rocinha quando necessário, também continuará atuando, além das ações
surpresa. “Não temos a pretensão de ficarmos patrulhando, como as
pessoas pedem. Quando você fica patrulhando muito tempo, o crime tira
férias. Ele se retrai e quando a gente sai, eles voltam, muitas vezes
pior”, disse o ministro.
Do EBC
Corvetas Oliver Perry estocadas nos EUA esperando comprador (imagem ilustrativa).
Brasil não tem navios suficientes para defender o país, diz governo.
O Titular na pasta do Planejamento, o economista Dyogo Oliveira afirmou,
nesta quarta-feira, que o Orçamento de 2018 foi atualizado recentemente.
No novo documento, o governo prevê a capitalização da Emgepron, empresa
ligada à Marinha brasileira. O objetivo será a construção de
embarcações para defesa da costa do país.
Ao apresentar as justificativas para o uso de recursos públicos do
orçamento de 2018 para capitalização de empresas estatais, o titular do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Oliveira, disse que é
fundamental capitalizar a Empresa Gerencial de Projetos Navais
(Emgepron), estatal ligada à Marinha, porque o Brasil não dispõe de
navios para defender sua costa. A proposta orçamentária para 2018
destina R$ 1,5 bilhão à Emgepron.
Oito corvetas
— Tem a questão da Emgepron, que é ligada à Marinha, que também tem
uma previsão que basicamente é para a reconstrução de nossa frota de
corvetas; porque o Brasil hoje não tem navio para defender o país.
Estamos completamente sem nenhum navio novo para proteger a nossa costa —
disse.
Ainda segundo Oliveira, há apenas 12 embarcações, “das quais quatro
estão no final da vida útil; e aí ficaríamos com oito corvetas para
defender toda a costa brasileira”.
— Então, há essa previsão de capitalização da Emgepron para que ela
retome a construção dessas embarcações para defender a costa brasileira —
disse o ministro, em audiência pública na Comissão Mista do Orçamento
(CMO), na Câmara dos Deputados.
Limite de despesas
Oliveira citou também a necessidade de fazer uma reserva orçamentária
para a Infraero, de forma a capitalizá-la para acompanhar os
investimentos previstos para os aeroportos concedidos que a têm como
acionista. “Como a Infraero ficou dentro do modelo de concessão de
aeroportos, com 49% das ações, ela tem de acompanhar as empresas
privadas para a capitalização para o investimento desses aeroportos”,
justificou Dyogo Oliveira.
A expectativa é de que Lei Orçamentária de 2018 seja aprovada pelos
parlamentares antes do recesso de fim de ano. No entanto, em função das
alterações feitas pelo governo federal nesta semana, é possível que o
trâmite do texto sofra algum atraso. A lei antecipa a receita que deve
ser arrecadada e determina o limite das despesas para o ano que vem.
Privatização
O economista Dyogo Oliveira disse ainda, nesta manhã, que apoia a
privatização da Eletrobras. Segundo afirmou, a decisão não consiste numa
“operação de salvamento” pelo governo; mas sim numa forma de
transformar a empresa numa companhia brasileira “com capacidade para ser
grande investidor internacional”.
Oliveira falou na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso
Nacional, Oliveira reiterou que a União não vai vender suas ações na
Eletrobras.
— A Eletrobras pode ser uma grande do mundo, pode ser uma Vale. A
Vale depois que foi privatizada é uma das maiores do mundo — afirmou.
Ao participar de audiência pública na CMO, Oliveira também apontou
que o fundo eleitoral para o ano que vem deverá ser composto por
recursos de emendas de bancadas e que caberá à Comissão fazer essa
alocação. Na peça enviada pelo Executivo, R$ 4,4 bilhões foram
destinados no total para as emendas de bancada.
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