Uma arma essencialmente “invencível”, com alcance ilimitado e capaz
de driblar todos os sistemas de interceptação hoje existentes. Foi assim
que Vladimir Putin se referiu,
em março, ao novo míssil de cruzeiro desenvolvido pela Rússia. A
suposta arma, cujo nome não foi divulgado, possui uma tecnologia
interessante: o míssil tem seu próprio reator nuclear.
O reator gera calor e aquece o ar, que escapa pela parte de trás do
míssil, gerando propulsão. A vantagem disso é que o míssil é capaz de
ficar no ar por um período de tempo indefinido (os modelos
convencionais, que usam combustível líquido ou sólido, costumam ter
autonomia de 30 a 120 minutos). Segundo o governo russo, o novo míssil
voa em velocidade hipersônica e é capaz de corrigir a própria
trajetória, desviando de baterias antiaéreas e demais tentativas de
interceptação. Ele pode ser equipado com ogivas comuns ou nucleares.
A tecnologia de reator onboard chegou a ser testada pelos EUA
na década de 1960. Oficialmente, os americanos optaram por abandoná-la
devido a problemas de confiabilidade, mas é possível que tenham
continuado a desenvolvê-la em sigilo. De toda forma, os russos foram os
primeiros a anunciar um míssil do tipo com capacidade operacional. Ele é
disparado com a queima de combustível comum, e aciona o reator nuclear
quando já está no ar.
Ontem, fontes do governo americano afirmaram à emissora CNBC que o míssil russo já teria sido testado quatro vezes, entre novembro de 2017 e fevereiro de 2018. Um dos quatro mísseis teria caído no mar de Barents,
que fica no Oceano Ártico – e os russos estariam se preparando para
enviar três navios de resgate atrás dos destroços. Como se tratava de um
teste, o míssil provavelmente não carregava nenhuma ogiva. Mas o ponto
crítico é o reator – que, se tiver sido danificado pelo impacto, pode
liberar radiação na água. Até o momento, o governo russo não se
manifestou sobre o assunto.
Por
Bruno Garattoni - Do Super
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