A Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Telebras e a
Embraer Defesa e Segurança, anunciou nesta terça-feira, 2, a conclusão
do desenvolvimento do Sistema de Controle de Órbita e Atitude (AOCS, na
sigla em inglês), plataforma para funções de navegação, apontamento com
precisão e controle da propulsão para correção de órbita de satélites.
Segundo o diretor de tecnologia da empresa em comunicado, Himilcon
Carvalho, é o primeiro sistema do tipo desenvolvido no País,
especialmente por se tratar de uma "tecnologia sensível e frequentemente
sujeita a embargos".
"Esse é o passo maior e mais complexo dentro do plano da Visiona de
dominar todo software embarcado de satélites, que inclui também o
sistema de controle e gestão de dados de bordo, tecnologias que julgamos
fundamentais para uma integradora de sistemas espaciais", declara
Carvalho. A companhia planeja validar esses sistemas em um satélite
operacional, o que deverá ser feito no início de 2020 com o lançamento do nanossatélite de alta resolução e coleta de dados VCUB1.
A Visiona também afirma que o VCUB1 será o primeiro satélite
projetado integralmente pela indústria nacional. O nanossatélite terá
apenas 10 kg, mas com arquitetura "altamente sofisticada e
características como precisão de apontamento, estabilidade e geração de
energia típicas de satélites bem maiores". Ele será capaz de coletar
imagens com qualidade radiométrica e geométrica e visa atuar em
aplicações agrícolas e de proteção ambiental. Ele contará com sistema de
coleta de dados baseada em rádio definido por software voltado para
aplicações hidrometeorológicos, podendo ser atualizado após o lançamento
para a inclusão de aplicações mais abrangentes, como Internet das
Coisas.
"Os resultados do projeto são extremamente animadores pois mostram
que somos capazes de entregar com eficiência mesmo os sistemas e missões
mais complexos", declarou também em comunicado o presidente da Visiona,
João Paulo Campos. O desenvolvimento do artefato conta com a
participação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Santa
Catarina (Senai-SC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
(Cemaden) no seu desenvolvimento, assim como com o apoio da Empresa
Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
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