As causas dos acidentes com os voos da Lion Air e Ethiopian Airlines continuam em investigação, mas a Boeing confirmou algumas mudanças nas aeronaves da linha 737 Max para deixá-las mais seguras. Uma das mais importantes é a atualização do MCAS,
software desenvolvido para evitar que o avião entre em estol (perca
sustentação) — aparentemente, esse sistema esteve envolvido com as duas
tragédias.
A primeira aconteceu em outubro de 2018, quando uma aeronave da Lion Air que fazia o voo JT610 caiu no mar de Java. Já a segunda queda ocorreu neste mês de março com um avião da Ethiopian Airlines que cumpria o voo ET302. Não houve sobreviventes em nenhum desses acidentes.
Ambos os voos eram operados com aeronaves Boeing 737 Max 8. Trata-se de um modelo novo: o primeiro voo comercial da família 737 Max foi realizado em 2017. Além disso, os dois aviões caíram minutos após a decolagem. Esses e outros fatores levantaram a suspeita de que o Boeing 737 Max 8 possui algum tipo de falha sistêmica ou de projeto.
Não é possível fazer nenhuma afirmação porque as investigações ainda estão em andamento, mas as análises preliminares do voo JT610 apontam que o Maneuvering Characteristics Augmentation System (MCAS) pode ter tido relação direta com o acidente.
Você pode saber mais sobre o MCAS do Boeing 737 Max 8 aqui, mas eis um breve resumo: visando mais eficiência, a família Boeing 737 Max utiliza motores maiores e posicionados um pouco mais à frente na comparação com as aeronaves da geração anterior (737 New Generation), daí a necessidade do MCAS, sistema que só existe na linha atual.
As mudanças relacionadas aos motores podem desestabilizar a aeronave mais facilmente. Então, sob determinadas circunstâncias, o MCAS compensa automaticamente a inclinação do avião justamente para evitar um estol.
Com a atualização preparada pela Boeing, o MCAS comparará os dados dos dois sensores de ângulo de ataque (AOA, na sigla em inglês) do 737 Max. Se houver entre eles uma diferença igual ou maior que 5,5 graus, o MCAS não irá intervir e os pilotos serão alertados — uma inconsistência em um desses sensores é o que deve ter feito o MCAS inclinar erroneamente o avião do voo JT610 para baixo.
De modo geral, a atualização de software tenta tornar a prevenção de estol mais controlável, de modo que o MCAS não se sobreponha a outros sistemas críticos do avião ou dificultem uma intervenção por parte dos pilotos. Essa medida deverá evitar, por exemplo, que o MCAS fique insistentemente jogando o nariz da aeronave para baixo quando os pilotos tentam fazer o contrário.
Também faz parte das novas medidas de segurança da Boeing um simulador reformulado para ajudar os pilotos a compreender melhor o MCAS e anulá-lo quando for o caso. Esse é um passo tão importante quanto as mudanças de software: logo após o acidente do voo JT610, muitos pilotos relataram desconhecer a existência do MCAS.
O reforço da segurança deve incluir ainda sistemas que avisam os pilotos sobre inconsistências no sensores que, até então, eram oferecidos como recursos opcionais.
A atualização de software e outras medidas anunciadas pela Boeing ainda precisam ser aprovadas pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, mas devem começar a ser liberadas nas próximas semanas, gradativamente.
Enquanto isso, unidades do Boeing 737 Max 8 de várias companhias aéreas, incluindo as aeronaves da brasileira Gol, permanecem fora de operação em caráter preventivo.
Com informações: CNBC, BBC. - Via: Tecnoblog
A primeira aconteceu em outubro de 2018, quando uma aeronave da Lion Air que fazia o voo JT610 caiu no mar de Java. Já a segunda queda ocorreu neste mês de março com um avião da Ethiopian Airlines que cumpria o voo ET302. Não houve sobreviventes em nenhum desses acidentes.
Ambos os voos eram operados com aeronaves Boeing 737 Max 8. Trata-se de um modelo novo: o primeiro voo comercial da família 737 Max foi realizado em 2017. Além disso, os dois aviões caíram minutos após a decolagem. Esses e outros fatores levantaram a suspeita de que o Boeing 737 Max 8 possui algum tipo de falha sistêmica ou de projeto.
Não é possível fazer nenhuma afirmação porque as investigações ainda estão em andamento, mas as análises preliminares do voo JT610 apontam que o Maneuvering Characteristics Augmentation System (MCAS) pode ter tido relação direta com o acidente.
Você pode saber mais sobre o MCAS do Boeing 737 Max 8 aqui, mas eis um breve resumo: visando mais eficiência, a família Boeing 737 Max utiliza motores maiores e posicionados um pouco mais à frente na comparação com as aeronaves da geração anterior (737 New Generation), daí a necessidade do MCAS, sistema que só existe na linha atual.
As mudanças relacionadas aos motores podem desestabilizar a aeronave mais facilmente. Então, sob determinadas circunstâncias, o MCAS compensa automaticamente a inclinação do avião justamente para evitar um estol.
Com a atualização preparada pela Boeing, o MCAS comparará os dados dos dois sensores de ângulo de ataque (AOA, na sigla em inglês) do 737 Max. Se houver entre eles uma diferença igual ou maior que 5,5 graus, o MCAS não irá intervir e os pilotos serão alertados — uma inconsistência em um desses sensores é o que deve ter feito o MCAS inclinar erroneamente o avião do voo JT610 para baixo.
De modo geral, a atualização de software tenta tornar a prevenção de estol mais controlável, de modo que o MCAS não se sobreponha a outros sistemas críticos do avião ou dificultem uma intervenção por parte dos pilotos. Essa medida deverá evitar, por exemplo, que o MCAS fique insistentemente jogando o nariz da aeronave para baixo quando os pilotos tentam fazer o contrário.
Também faz parte das novas medidas de segurança da Boeing um simulador reformulado para ajudar os pilotos a compreender melhor o MCAS e anulá-lo quando for o caso. Esse é um passo tão importante quanto as mudanças de software: logo após o acidente do voo JT610, muitos pilotos relataram desconhecer a existência do MCAS.
O reforço da segurança deve incluir ainda sistemas que avisam os pilotos sobre inconsistências no sensores que, até então, eram oferecidos como recursos opcionais.
A atualização de software e outras medidas anunciadas pela Boeing ainda precisam ser aprovadas pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, mas devem começar a ser liberadas nas próximas semanas, gradativamente.
Enquanto isso, unidades do Boeing 737 Max 8 de várias companhias aéreas, incluindo as aeronaves da brasileira Gol, permanecem fora de operação em caráter preventivo.
Com informações: CNBC, BBC. - Via: Tecnoblog
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