Venezuela fecha acordo bilionário com Rússia e Bielorrússia, adquire mísseis e helicópteros e se firma como arsenal mais potente da região
Pedro Paulo Rezende
Da equipe do Correio Brasiliense Via NOTIMP FAB: 207/2008 de 25/07/2008
Com as compras fechadas pelo presidente Hugo Chávez na Rússia, a Venezuela se consolida como o grande mercado de armas da América do Sul. O país adquiriu 10 baterias de mísseis antiaéreos TOR M-1, ao preço de US$ 100 milhões; um número não determinado de mísseis antiaéreos portáteis Igla (lançáveis do ombro) e 10 helicópteros de ataque Mi-28, os mais potentes da região, por um custo de US$ 200 milhões. Além disso, o venezuelano acertou com a Bielorrússia os últimos detalhes de um pacote de US$ 1 bilhão para a construção de um sistema de defesa e controle do espaço aéreo, com radares de última geração.
O governo venezuelano abriu-se aos fornecedores russos em 2004, depois que o governo dos Estados Unidos, adversário de Chávez, decretou um embargo. O programa de reequipamento previa a modernização em Israel de 12 caças F-16A — fabricados nos Estados Unidos no final da década de 1980 — e a compra de 24 aviões da brasileira Embraer (12 aparelhos de ataque AMX e 12 A-29 Super Tucano de treinamento e combate à guerrilha).
Na primeira compra, em 2004, Chávez gastou US$ 3,4 bilhões. O pacote incluía 24 caças Sukhoi Su-30MK2V (US$ 1,2 bilhões, com armas); 16 mísseis TOR M-1; 50 helicópteros Mil Mi-35, de ataque; 50 Mil Mi-171 e Mil Mi-26 (os maiores do mundo, com capacidade de 20t), de transporte.
Os Su-30MK2V são os mais sofisticados aparelhos da América Latina, com mísseis antinavios com 120km de alcance — o dobro dos Exocet AM-39 usados pela Argentina nas Malvinas). Usando mísseis ar-ar de longa distância, eles podem destruir os caças F-16C chilenos, os mais potentes adversários no continente, antes de serem detectados. Apesar disso, são armas defensivas e visam a enfrentar uma possível intervenção dos EUA no país, quarto maior produtor de petróleo.
Já foram confirmadas mais compras para a Aeronáutica Militar Bolivariana. São 24 Hongdu K-8 chineses de treinamento (US$ 120 milhões), 10 cargueiros russos Ilyushin Il-76 e dois Il-78 (US$ 600 milhões) para reabastecimento em vôo. Os Il-76 possuem capacidade de carga duas vezes maior que a dos C-130H norte-americanos usados pelas outras forças do continente. Para a Marinha, Chávez adquiriu três submarinos da Classe Kilo que estavam na reserva. Modernizados, custarão US$ 1,2 bilhão.
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