Nikita Kruschev, um dos protagonistas
do episódio que causou pânico ao mundo
Crise dos Mísseis, um episódio que atormentou o mundo durante 13 dias
Fonte: Unificado
Um dos momentos de maior tensão da Guerra Fria aconteceu em outubro de 62. Tudo começou no dia 14 de outubro, quando as primeiras fotos tiradas de um vôo secreto que um U-2 norte-americano fizera sobre Cuba foram reveladas. O mundo então resvalou pela primeira vez para uma possível guerra nuclear. As fotos indicavam, de maneira irrefutável, que os soviéticos haviam instalados na ilha de Fidel Castro uns quarenta silos para abrigarem mísseis. Prontamente o governo de John Kennedy considerou aquilo como um inaceitável ato de guerra contra os Estados Unidos. O episódio ficou conhecido como Crise dos Mísseis.
Os argumentos de Nikita Kruschev, o então Primeiro Ministro da URSS, de que eram projéteis defensivos, lá instaladas para dissuadir uma outra tentativa de invasão da ilha, indignaram ainda mais os americanos. Tempos antes, em 17 de abril de 1961, o governo Kennedy já havia amargado o fracasso do desembarque na Baia dos Porcos (operação planejada pela CIA que usou os refugiados da ditadura de Fulgêncio Batista como peões na frustrada tentativa de derrubar o regime cubano). Agora, porém , a situação era muito mais séria.
Nenhum presidente dos Estados Unidos poderia admitir a existência de foguetes daquela dimensão a escassos 150 quilômetros do seu território nacional. Os soviéticos teriam que recuar. O presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, advertiu Khruschev de que seu país não teria dúvidas em usar armas nucleares contra a iniciativa russa. Ou desativavam os silos e retiravam os mísseis, ou a guerra seria inevitável.
Durante treze dias o planeta inteiro ficou com a respiração em suspenso com medo de uma guerra nuclear devastadora, até que no dia 28 de outubro Kruschev, horrorizado com as conseqüências daquilo tudo, fraquejou. Ordenou então que os navios soviéticos que se aproximavam de Cuba, bloqueada pela marinha e pela aviação norte-americana, dessem a volta.
Enquanto isso se dava, naqueles dias ansiosos, a população americana trava de defender-se como podia. Nunca se comprou tanto cimento e tijolo na história do país como depois que John Kennedy expôs a gravidade da situação pela televisão. Milhares de pais de família, ingênuos, trataram de cavar no seus pátios e jardins pequenos abrigos que possibilitassem a sobrevivência dos seus.
Na década de 60 havia uma clara tendência à proliferação dos arsenais nucleares. Por essa razão, e ainda sob o impacto da crise dos mísseis de Cuba, os Estados Unidos, a União Soviética e a Grã-Bretanha assinaram, em 1963, um acordo proibindo testes nucleares. No ano seguinte, os três países aprovaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. O objetivo dos acordos era tentar conter a corrida armamentista dentro de certos limites. Apesar disso, a China realizou, naquele mesmo ano de 64, seus primeiros testes atômicos.
Sugestão de Filme: "Treze Dias que Abalaram o Mundo" (Thirteen Days), dirigido por Roger Donaldson e produzido por Kevin Costner - que interpreta o assessor do presidente John Kennedy - relata os angustiosos 13 dias nos quais foi solucionada a crise provocada pela instalação em Cuba de mísseis soviéticos de longo alcance, dirigidos para os Estados Unidos. De certa maneira, trata-se de um documentário com importante valor histórico.
Porque Cuba:
Quando ainda não tinha definição ideológica, o governo de Fidel recebeu discreto apoio dos Estados Unidos. Mas as reformas promovidas em Cuba fizeram o país vizinho acreditar que o governo da ilha estaria se aproximando dos padrões socialistas da União Soviética. Em 1960, os Estados Unidos decretaram o bloqueio continental a Cuba e, no ano seguinte, as relações diplomáticas entre os dois países foram rompidas. A partir disso, a aproximação com a União Soviética foi inevitável e a ilha de Fidel tornou-se oficialmente o primeiro Estado socialista do hemisfério ocidental.
Fontes: Portal Terra
TV Cultura - Alô Escola
Guia dos Curiosos
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