Mig-31 e 29 para Siria e Irã

Fonte: Quintus

Segundo fontes noticiosas russas, a Rússia prepara-se para entregar 5 MiG-31E Foxhound à Síria. O negócio teria sido combinado em finais de 2006 e incluiria também um número indeterminado de aviões MiG-29M/M2. No total, o contrato rondaria o bilião de dólares e a confirmar-se poderá ser o balão de oxigénio de que a RSK (a construtora dos MiG) estava a precisar para sobreviver.

As mesmas fontes indicam que a Síria poderia não ser o destino final dos aparelhos e que poderia estar a agir como intermediário para o Irão, país que estaria a financiar o negocio, o que pelo menos explicaria onde a Síria (país em crónicas dificuldades financeiras) estava a buscar tamanha soma.

No passado, a Síria já cumpriu idêntico papel, quando comprou 36 Pantsir S1E sistemas de defesa aérea que tinham como cliente final a República Islâmica. E os laços entre os dois países do “eixo do mal” são ainda excelentes, tendo o Irão financiado praticamente todas as ultimas compras de armamento sírias.

Mesmo se estes aviões não forem revendidos ao Irão, a geopolítica da região poderá sofrer uma alteração substancial. O país recebeu recentemente novos sistemas antiaéreos ucranianos e russos e estes novos aviões iriam reduzir a vantagem de que Israel goza ainda sobre os seus vizinhos. De um lado, os MiG-31E poderiam ser uma ameaça de um tipo completamente novo, com a sua capacidade para voar a Mach 2,8 e um radar capaz de comandar outros aparelhos em voo como o F-22 ou um pequeno AWAC. A variante “E” que será vendida à Síria é uma variante de exportação, com sistemas inferiores à versão russa.

Por outro lado, o MiG-29 é um avião já conhecido e operado, quer pela Síria, quer pelo Irão (que recebeu os aviões que Saddam enviou para o Irão, na ultima guerra do Golfo). Quando usado em combate, no Iraque e na Servia, o tipo não revelou nenhum desempenho extraordinário, mas num e noutro caso tratavam-se de versões iniciais do aparelho, ambos estavam desprovidos dos mísseis de médio e longo alcance que podem equipar o avião e - no caso iraquiano - os pilotos sofriam de graves lacunas de treinamento. Isso explica porque é que os pilotos alemães da Luftwaffe que simularam combates deste avião contra F-16 da OTAN os consideraram “imbatíveis” no combate a curta distância.

http://www.sci.fi/%7Efta/mig29_07l.jpg

E isto apesar dos aviões alemães (herdados da antiga RDA - foto acima) sofrerem de todas as limitações da versão “A”: fraco raio de ação, produção excessiva de fumo pelos reatores e inexistência de capacidade “multi-role”. Estes problemas, a que se deve somar a crónica incapacidade da RSK de fornecer peças sobresselentes aos seus clientes, reduziram a escombros o prestígio de um dos aviões soviéticos mais temidos durante a Guerra Fria.

O MiG-29M/M2 pretende resolver todas estas limitações. Novas ligas permitem uma apreciável redução de peso, depósitos alargados permitem o transporte de mais combustível e alargam o raio de ação do aparelho. Uma nova aerodinâmica aumenta a já excelente manobrabilidade do MiG-29 e um novo radar e uma aviónica renovada tornam-no num adversário mais temível do que nunca, com excepção apenas do F-22A.