Anunciada estratégia militar para os próximos 20 anos
Austrália pronta para uma longa instabilidade em Timor-Leste e no Pacífico Sul
Austrália pronta para uma longa instabilidade em Timor-Leste e no Pacífico Sul
Publico.Pt - Por Jorge Heitor
O Governo trabalhista da Austrália anunciou hoje o seu maior desenvolvimento militar desde a II Guerra Mundial e disse que tanto Timor-Leste como o Pacífico Sul vão continuar nas próximas décadas a ser marcados por estagnação económica e instabilidade tanto política como social.
Num livro branco sobre a estratégia para os próximos 20 anos, o executivo de Kevin Rudd, formado em Dezembro de 2007, anunciou que vai duplicar o número dos seus submarinos de ataque, adquirir navios capazes de transportar mísseis balísticos e 100 novos caças F-35.
“A Austrália necessita de fortalecer maciçamente a sua capacidade nuclear para enfrentar o crescimento da China e o possível declínio da influência americana na região”, destaca o livro branco hoje divulgado, segundo a síntese feita pelo jornal “The Age”.
No primeiro documento deste género saído em nove anos, Camberra afirma que a sua próxima prioridade é garantir “a estabilidade e a segurança no Pacífico Sul e em Timor-Leste, podendo necessitar de responder com assistência humanitária e de segurança” à instabilidade nesses territórios. Incluindo com presença militar, tanto em solo timorense como nas Ilhas Salomão, no Vanuatu, nas Fiji e no resto da região.
Ao retraçar a política herdada dos tempos do primeiro-ministro “liberal” John Howard, que era um grande aliado da Administração Bush, o novo Governo da Austrália tenciona gastar mais de 100.000 milhões de dólares australianos (54.855 milhões de euros) em armamento militar, incluindo uma nova geração de submarinos de muito longo raio de acção, equipados com mísseis de cruzeiro.
O livro branco agora vindo a pública apresenta a China como uma possível ameaça num mundo futuro em que o poder dos Estados Unidos vá progressivamente declinando, mas também fala da crescente ameaça do terrorismo e da guerra cibernética.
No seu prefácio, o ministro da Defesa, Joel Fitzgibbon, toma em conta a emergência da Índia como uma nova potência asiática e prevê “demonstrações de força por parte de poderes emergentes, mais comuns à medida que as suas capacidades militares se forem expandindo”.
O “The Age”, de Melbourne, noticia, na edição já datada de sábado 2 de Maio (dada a diferença horária), que uma fonte diplomática chinesa lhe disse parecer que Rudd “quer actuar contra a China em nome da América”.
Os planos hoje conhecidos transformam a Força Australiana de Defesa de organização essencialmente defensiva numa força “capaz de ataques destruidores muito longe de casa”, de modo a enfrentar “as incertezas estratégicas e a modernização militar” de toda a região.
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