Foto mostra o avião Airbus A330-200, matrícula F-GZCP, que desapareceu nesta segunda-feira (1) sobre o Oceano Atlântico, estacionado no aeroporto George Bush, em Houston, no estado americano do Texas. (Foto: AP)


Brasil terá cobertura de radar onde caiu avião da Air France

Da EFE - Via G1

O ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, disse hoje que seu país trabalha para o posicionamento em dois anos de um dispositivo de radar que ofereça cobertura em uma ampla zona da travessia do Atlântico para a África e a Europa, o que incluiria o lugar onde o avião da Air France caiu em 1º de junho.

Jobim, que esta semana realiza uma visita de trabalho à França, disse à imprensa, em Paris, que está se trabalhando na tecnologia SNS/ATM, que ofereceria cobertura de radar através de sinais de satélite.

A área onde o Airbus A330 da Air France caiu no mar quando voava entre Rio de Janeiro e Paris poderia dispor de sinal de radar em dois anos, disse.

O Brasil trabalha na cobertura de diferentes áreas em torno de suas águas jurisdicionais a partir dos três sistemas de satélites disponíveis: o GPS americano, o Galileo europeu e o Glonass russo.

Uma das questões que gerou debate em torno do acidente do A330 da companhia francesa, no qual morreram os 228 ocupantes, é que estava em uma área muito mal coberta pelos radares, e que os controladores aéreos brasileiros tinham transferido a seus colegas senegaleses o controle quando o aparelho desapareceu.

O fato é que a confirmação de que o aparelho tinha desaparecido levou várias horas.

Jobim se reuniu hoje, entre outros, com o presidente da Air France, Pierre Henri Gourgeon, e com o ministro da Defesa francês, Hervé Morin.

Parte do leme de direção do Airbus encontrada no oceano pela FAB e pela Marinha
(Foto: Divulgação/Força Aérea Brasileira)

França quer tapar "buraco" aéreo entre Brasil e Senegal


Fonte: Terra

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou na quarta-feira, em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Paris, que vai enviar uma missão ao Senegal para discutir como proceder para eliminar o que chamou de "buraco negro de comunicações entre Recife e Dacar". A falha de comunicação do sistema aéreo entre os dois países ficou em evidência com a queda do AF 447, da Air France, no início de junho. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Relatório preliminar do Escritório de Pesquisa e Análise da França (BEA), que investiga o acidente, apontou que os controladores brasileiros tentaram passar o monitoramento do voo para os senegaleses, mas não tiveram resposta imediata. A falha não teria influenciado na ocorrência do acidente, porém, pode ter retardado o início das buscas.

Ao ser questionado sobre o motivo pelo qual o Brasil suspendeu as buscas antes da França, Lula respondeu que as buscas pararam "porque não era mais possível encontrar corpos" e disse que "não é fácil, depois de 20 dias", proceder ao trabalho de identificação. "Todos os esforços foram feitos durante os 30 dias de busca", respondeu Lula.

O acidente
O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).

De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.

Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.

A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).

A Polícia Federal e a Secretaria da Defesa Social retificaram para 50 o número de corpos resgatados. Testes de DNA comprovaram que um fragmento contabilizado como a 51ª vítima fazia parte, na verdade, de um corpo resgatado anteriormente. Durante as buscas, mais de 600 partes do Airbus A330 da companhia francesa foram resgatados do mar.