Instituto francês nega ter pago viagem de congressistas


Sete parlamentares viajaram a Paris — o presidente da Câmara Michel Temer, o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), o líder do PT, Candido Vacarezza (SP), líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), o presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional, Raul Jungmann (PPS-PE), o vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Maria Lúcia Cardoso (PMDB-MG) além de Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Carlos Zarattini (PT-SP) — onde permanecerm uma semana, do dia 11 ao 16 de julho.

Reportagem do jornal Folha de São Paulo (Leia integra no bom site DEFESANET) com o título Por jatos França banca viagem dá conta que os “anfitriões” pagaram as passagens e estadia dos deputados no país. Os congressistas foram convidados pelo Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional, IHEDN na sigla em francês. Julien Chaboud, o responsável do IHEDN pela organização da visita dos palarmentares brasileiros, em entrevista a Veja.com, desmente categorimente que o instituto pagou as despesas dos parlamentares brasileiros. "Não mesmo, não pagamos passagens e estadias em hóteis ", diz ele.

Perguntados pela Embaixada do Brasil na França se queriam, como é de praxe, que a imprensa fosse informada da presença deles em Paris, os deputados pediram discreção. A viagem faz parte de um lobby militar francês para venda com transferencia de tecnologia de 51 helicopteros, 5 submarinos — um deles de propulção nuclear — e de 36 aviões caças Rafale que ainda dependem de um parecer tecnico da Aeronáutica que podem optar pelo F-18 Super Hornet, da americana Boeing, ou o Gripen NG, fabricado pela sueca Saab.

Michel Temer (PMDB-SP) disse que "houve um lobby muito saudável e elegante". Segundo o presidente da Câmara, os franceses estão querendo "sensibilizar" os congressistas brasileiros que assistiram o desfile militar do 14 de Julho como convidados de honra na Tribuna Presidencia, na Praça da Concordia. Temer, que defende a permanencia de José Sarneyn na presidência do Senado, seguiu para Genebra, onde participa de um seminário sobre transparência parlamentar.

Para o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP) não existe lobby. "Não decidimos nada." Detalhe edificante: a compra do equipamento militar envolve o Orçamento da União, votada no Congresso. Uma missão composta por funcionários do Ministério da Defesa e da Fazenda está discutindo com os franceses o modo de financiamento da compra dos equipamentos militares. O custo dos 51 helicópteros, dos 5 submarinos e a construção de uma base para os últimos em Sernambetiba, deve ser anunciado amanhã.

Minha impressão: A imprensa Brasileira (desta vez foi o Estado de São Paulo) é mesmo movida a lobby... E sempre foi "marron"! Nos ultimos dias tem bombardeado o governo com questionamentos sobre os Submarinos, helicopteros e agora o FX... Se a França fizer "barba, cabelo e bigode" nas vendas de armas ao Brasil tenha certeza que foi porque as outras propostas não foram melhores (e olha que prefiro o F-18). Quem conhece um pouco sabe que estas questões militares e de armamentos estão sendo debatidas a anos... So a do submarino nuclear tem mais de 20 anos. Será efeito das eleições de 2010? Mais uma vez a imprensa esta a serviço de quem? Ou será que estes "jornalistas" não sabem o que é pesquisar e checar uma história?