Rafale F-3 Dassault (França)
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (sNeCMa M882)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: Foi muito usado no Afeganistão, além disso o Brasil já tem aliança na área com a França: está comprando helicópteros e submarinos e o avião possui versão naval capaz de ser usada pela marinha no porta aviões São Paulo. Ponto fraco: É apontado por especialistas como o mais caro e só a França usa o equipamento.

Dassault comemora negociações para venda do Rafale


Transação com Brasil põe fim a 20 anos de tentativas frustradas de exportação dos caças franceses Rafale

Andrei Netto, de O Estado de S.Paulo

Os 36 aviões de caça Rafale que serão adquiridos pelas Forças Armadas brasileiras custarão entre € 3 bilhões e € 4 bilhões, dependendo do pacote tecnológico e dos armamentos que acompanharão as aeronaves. Para a Dassault, o início das negociações, que devem ser concluídas até 2010 - com a entrega de um primeiro aparelho em 2013 - representa não apenas uma grande venda em meio à crise do setor aeronáutico, mas o fim de 20 anos de negociações frustradas para a exportação dos caças franceses.

O anúncio em nota oficial emitida em Brasília nesta segunda-feira,7, foi celebrada em Paris como vitória praticamente certa sobre os rivais Saab, fabricante sueco do Gripen NG, e Boeing, projetista americano do F/A-18 Super Hornet, ambos até agora na disputa pelo contrato FX-2.

"Se o presidente brasileiro anuncia sua decisão de negociar a compra dos Rafale, nós passamos a acreditar que essa venda de fato acontecerá", afirmou ao Estado Yves Robins, diretor de Relações Exteriores da Dassault em Paris, sem confirmar as cifras.

O anúncio poderia ser celebrado em 23 de outubro, que marca os 103 anos do primeiro voo de Santos Dumont com o 14 Bis, no campo de Bagatelle, na capital francesa. A companhia, contudo, é mais cautelosa e aposta em vários meses de discussões com o Ministério da Defesa do Brasil. "Estimamos que o negócio pode ser concluído em 2010."

Será necessário definir os termos da parceria que a Dassault será obrigada a forjar com empresas brasileiras, como a Embraer - da qual tem participação.


Alívio financeiro

A venda representa alívio financeiro para a companhia. A Dassault enfrentava os efeitos da crise do setor aeronáutico militar. Em abril, a companhia reconheceu que em caso de persistência da recessão seria obrigada a implantar um plano de demissões voluntárias a partir de setembro, reduzindo seu efetivo de 8,2 mil funcionários - pela primeira vez desde 1990.

A supressão de postos de trabalho também tinha relações com a dificuldade da Dassault de emplacar o Rafale no exterior, projeto que já supera os 20 anos. Todos os esforços para vender os jatos a países como Marrocos e Índia foram em vão.

"O anúncio brasileiro é importante porque reforça a credibilidade do Rafale no mercado exterior", reconheceu Robins.

Helène Masson, especialista em indústria bélica da Fundação para a Pesquisa Estratégica, de Paris, lembra que a falta de vendas do caça não gerava crise, mas "uma pressão" sobre a companhia, criando dúvidas sobre a manutenção dos escritórios de projeto e sobre parte das usinas da empresa. "O Brasil é o primeiro cliente que a Dassault procurava havia muito tempo. Hoje (segunda) é uma data chave para a empresa, pois será estratégico para o planejamento da companhia em longo prazo."

O eventual sucesso da parceria com empresas brasileiras também pode alavancar projetos em curso da companhia.

Segundo Helène, a perspectiva de que um novo Rafale, 100% francês, seja construído é remota, diante da diluição de custos obtidas por outros países, como Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido, que investem no Eurofighter Typhoon. "Associar-se a outros países, que não os europeus, na produção de novos aviões militares pode ser uma estratégia útil à companhia", diz a especialista.

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França deve comprar pelo menos 10 KC-390 da Embraer

Negociação de caças franceses prevê venda de jato da Embraer


Comunicado conjunto de Brasil e França prevê desenvolvimento e venda de cargueiros construídos no País

O Estado de São Paulo

Além de confirmar a abertura das negociações para a compra, pelo governo brasileiro, de 36 caças franceses Rafale, o comunicado divulgado por ocasião da visita relâmpago ao Brasil do presidente francês, Nicolas Sarkozy, assinalou a intenção do governo francês de comprar 10 aviões de transporte militar brasileiros KC-390. A disposição assinala o compromisso entre os dois países para o desenvolvimento de uma parceria na indústria aeronáutica.

Projetado pela Embraer para substituir os veteranos KC-130 Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB), o KC-390 é um cargueiro militar com capacidade de realizar transporte logístico e reabastecimento em voo, e será desenvolvido em regime de parcerias estratégicas, como o programa de jatos comerciais da Embraer. A produção está prevista para começar em 2015.

"Queremos desenvolver uma grande indústria aeronáutica, construir aviões em conjunto, vender aviões em conjunto", disse o presidente francês a jornalistas em Brasília, após participar das comemorações do 7 de Setembro. Sarkozy também manifestou a disposição da indústria de seu país de contribuir para o desenvolvimento do programa do KC-390.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, comemorou o acordo, que permitirá ao Brasil fabricar e vender as aeronaves a outros países da América Latina.

"A visita do presidente Sarkozy é mais que uma visita, é a consolidação de uma parceria estratégica entre dois povos que têm muita coisa em comum", destacou o presidente brasileiro. "Não é uma simples parceria comercial. A França não quer só vender ao Brasil e o Brasil não quer só vender à França. Nós queremos pensar juntos, criar juntos, construir juntos e, se for possível, vendermos juntos", acrescentou.

Lula justificou a decisão de renovar as aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) citando a necessidade de o país proteger a Amazônia e as reservas de petróleo encontradas na camada pré-sal.

O Rafale, fabricado pela Dassault Aviation, concorria com o F/A-18E/F Super Hornet da Boeing e com o Gripen da sueca Saab, no âmbito do consórcio FX-2.

O governo francês assegurou ao Brasil que a tecnologia para a construção dos aviões será transferida, o que teria pesado no acordo.

"Compartilhar nossa tecnologia não nos dá medo, porque nós sabemos que no século 21 os países devem falar de igual para igual", disse Sarkozy. "O tempo da colonização já acabou."

O chanceler Celso Amorim, entretanto, disse que as negociações ainda levarão tempo. "Dentro dos compromissos que foram assumidos, é de que o preço seja competitivo, seja razoável e tenha comparabilidade com o preço pago pelas próprias forças armadas francesas. Haverá condições de financiamentos que ainda serão discutidas", ponderou.


KC-390 - "Bandeirante II" (sugestão do blog)
em nova concepção na versão de reabastecimento em vôo - Versão "tanker" - KC.

KC-390

Diferente do C-130, que usa motores turboélices, os KC-390 serão impulsionados por turbinas, o que permitirá voos até Nova York com 11 toneladas de carga.

A Embraer vê no projeto uma possibilidade de superar os reveses da crise econômica mundial, que resultou na demissão de 4,2 mil funcionários pela companhia. A empresa já teria feito contato com outros países interessados em adquirir o equipamento.

Outra novidade do projeto é a demonstração de que, pela primeira vez desde a criação das primeiras indústrias aeronáuticas no País, o governo esteja interessado em investir na indústria nacional de aeronáutica, por meio da compra de equipamentos militares nacionais.