A primeira tentativa de venda de ativos remanescentes da antiga Varig fracassou. Não houve propostas pela Flex Comunication Center (FCC), uma estação de rádio aeroviária, levada a leilão por R$ 1,8 milhão.

O leilão era considerado pelos responsáveis pelos ativos remanescentes da falência como um teste do apetite do mercado. Segundo o advogado Fábio Nogueira Fernandes, sócio do escritório Nogueira, Simão e Bragança, que cuida das questões tributárias e relativas à falência da Varig, havia cerca de 60 pessoas no auditório do Tribunal de Justiça do Rio, onde o leilão foi realizado.

Depois de tentar vender a estação pelo preço de avaliação, foi realizada uma segunda rodada, por um preço 30% menor, de aproximadamente R$ 1,3 milhão, mas ninguém se manifestou. O leilão foi encerrado e agora um novo edital terá de ser publicado, estipulando nova data para a venda.

A FCC é composta por cinco frequências de rádio na região Sul e uma no Rio de Janeiro. Na capital fluminense, a estação é utilizada como alternativa na comunicação entre aeronaves e companhias aéreas, mas é sua relevância para a operação aeroviária no Sul que justificou sua continuidade em operação, mesmo após a falência.

Para pousar ou decolar por instrumentos nos aeroportos gaúchos de Santo Ângelo, Passo Fundo e Caxias do Sul, ou nos de Chapecó (SC) e Cascavel (PR), qualquer companhia precisa utilizar as frequências detidas pela FCC.

Além da FCC, permaneceu em operação o antigo Centro Técnico Operacional da Varig, avaliado em aproximadamente R$ 70 milhões. Em entrevista dada ao Valor na semana passada, o gestor judicial da companhia, Jaime Canha, disse esperar que houvesse ao menos meia dúzia de interessados no leilão da FCC.

O grupo seria composto basicamente pelas companhias aéreas que operam rotas no setor, como TAM, Gol, Azul, Webjet e Trip, mas pode haver outros investidores, contanto que habilitados a operar a estação de rádio pela Força Aérea Brasileira.

Fonte: IG