O ministro brasileiro das Relações
Exteriores, Antonio Patriota, 58, disse nessa quinta-feira que Bashar al
Assad possui armas de destruição em massa e defendeu o diálogo
com o ditador sírio, além de afirmar que o Brasil monitora de perto a situação no país.
"Algum tipo de diálogo com o Assad é fundamental. Assad tem armas de
destruição em massa na Síria. Então, como é que você faz (...)?",
declarou o ministro durante sabatina patrocinada pela Folha em parceria com o UOL.
"(...) Você tem que ver com quem é que ficam essas armas, como é que
isso aí evolui. Você imagina se uma evolução inteiramente caótica na
Síria, o potencial desestabilizador que isso pode ter", afirmou ainda o
ministro.
Durante o evento, Patriota defendeu ainda o diálogo com Assad, e disse que o Brasil acompanha a crise de perto.
"Em situações como essa, temos que analisar alternativas. Nos últimos meses, a posição da comunidade internacional
evoluiu bastante", afirmou ele. "Há um enviado da Liga Árabe e o
Conselho de Segurança da ONU aprovou o programa de seis pontos de Kofi
Annan, que vem sendo implementado agora, e visa garantir acesso
humanitário, libertação de presos, entre outros pontos. Trabalhamos em
cima desse acordo", disse ainda o ministro.
No entanto, Patriota admitiu que a situação ainda não é satisfatória.
"Há extremismo, violência, mas consideramos que o diálogo é
fundamental. Muitos líderes que pediram a saída imediata de Assad, hoje,
de maneira mais realista, acham que um governo democrático exigem uma
transição", acrescentou.
Patriota disse ainda que o Brasil é contra o envio de armas à oposição síria, pois "militarizaria [ainda] mais o conflito".
"Como Annan disse, a ultima coisa que se espera é militarizar o
conflito. O que queremos é interromper o ciclo de violência, dar espaço
ao diálogo. A melhor aposta é a do plano de Annan. Esperamos que, com os
cerca de 300 observadores militares, a situação possa se estabilizar".
Para o ministro, "compete ao Conselho de Segurança da ONU, que
autorizou o envio de 300 observadores, [verificar] se o plano funciona
ou se alguma outra medida deve ser tomada".
"Acho que o plano é uma aposta na qual ainda vale a pena acreditar,
por enquanto. Não somos membros permanentes mas continuaremos
monitorando de perto", disse ele.
Fonte: Jornal de Floripa
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