O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, que espera para este ano o fechamento da compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) dentro do programa F-X2, que se arrasta desde o governo FHC. "Eu tenho a expectativa que sim", afirmou Amorim, acompanhado do vice-presidente da República, Michel Temer, após a abertura da Feira Internacional de Defesa e Segurança (Laad), que acontece no Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro. Se o Planalto manterá o plano de incluir a pesada compra no orçamento de 2013, o ministro despistou: "não tenho bola de cristal". 
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6UWlBvzPdBTQwTPcF51avu697ylsXo9go_us4XcT2JotNA6Kw6NyEV0bxnPs-icQUZ70ai0RIemziQxv7eP_ucG3kx56hsbU6D9VXeUoO707e5g0ysPfPTpWN3F8SjUtLEAzF2RljAv4/s1600/2.jpgEm seu discurso antes da entrevista, porém, o ministro da Defesa chegou a afirmar "que o Brasil tem pressa pelo F-X2". O programa militar se arrasta há muitos anos e tem três países como principais competidores: França, com os Rafale, EUA, com seus F-18 Super Hornet, e a Suécia, com os Gripen NG. Ainda na época do governo Lula, por questões de proximidade política com o então presidente Nicolas Sakozy, o Brasil ficou perto de anunciar a compra dos caças Rafale, os mais caros da concorrência, a um custo de R$ 16 bilhões, mas com maior transferência de tecnologia. 
O ministro da Defesa do governo Lula, Nelson Jobim, teria, inclusive, engavetado um relatório da FAB que escolhia pelos caças norte-americanos, mais barato (R$ 9 bilhões), e com hora-voo mais barata (R$ 20 mil) - contra o dobro dos franceses. O Gripen NG tem o menor custo (R$ 8 bilhões), mas ainda é considerado um caça pouco testado. Amorim, ainda em seu discurso no Laad, enalteceu também o "momento de relação pacífica entre os vizinhos, e isso é importante para que nós nos certifiquemos que a América do Sul hoje é uma zona de paz". 
"Por que tanta ênfase na defesa, então, se o entorno é absolutamente tranquilo? A resposta a este paradoxo é que o mundo é imperfeito. Os conflitos não foram banidos da face da Terra, novas ameaças sempre são sublinhadas. Existem as velhas ameaças", complementou Amorim, citando ainda o advento do pré-sal em seu argumento. 
"É preciso uma defesa capaz de garantir nossa tranquilidade, que a população possa usufruir destes recursos do petróleo sem nenhum tipo de ameaça", concluiu na Laad, que se estenderá até a próxima sexta-feira (12) e é tido como o evento mais importante de segurança da América Latina, com a participação de cerca de 700 expositores de 40 diferentes países.

Fonte: Terra