O presidente americano, Barack Obama, garantiu que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, não precisa "se preocupar" com a confidencialidade das comunicações dos alemães, enquanto ele for presidente dos Estados Unidos - declarou o próprio em entrevista à televisão alemã neste sábado (18).
"Enquanto eu for presidente dos Estados Unidos, a chanceler alemã não terá de se preocupar" com a vigilância, declarou Obama à emissora pública alemã ZDF, na entrevista que deve ser transmitida neste sábado.
Segundo Obama, os dois países têm uma "relação de amizade e de confiança".
"Não tenho necessidade, e não quero, nutrir essa relação por um mecanismo de vigilância, que se colocaria no meio da comunicação e da confiança que nós temos", frisou.
A entrevista foi dada depois do anúncio, na véspera, da reforma nos programas da Agência da Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), suspeita de ter espionado comunicações de líderes estrangeiros, incluindo o celular de Merkel.
Na sexta-feira (17), o porta-voz de Merkel comemorou "o fato de que a proteção dos dados e dos direitos das pessoas serão mais respeitados no futuro, sobretudo, dos cidadãos não americanos".
Neste sábado, as reações foram mais críticas.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Bundestag, Norbert Rittgen, do partido conservador CDU da chanceler, declarou que o anúncio de Obama foi "técnico" e não respondia, "infelizmente, ao verdadeiro problema". Para ele, há uma "divergência transatlântica" sobre o equilíbrio entre liberdade e segurança.
Em entrevista na edição de domingo do jornal "Bild", o ministro alemão da Justiça, o socialdemocrata Heiko Maas, vi nos projetos de Obama "um primeiro passo". Segundo ele, a confiança da Alemanha em seu parceiro americano será restaurada apenas "quando tivermos assinado um acordo que proteja, de maneira juridicamente vinculante, os dados de todos os cidadãos".

Do G1