A Corte de Apelação de Palermo confirmou nesta quarta-feira que o avião DC-9 da Itavia, que caiu em 1980, em Ustica, na região da Sicília, foi derrubado por um míssil disparado por um caça da marinha francesa. A sentença exclui que uma bomba tenha sido
colocada a bordo ou que tenha existido algum problema técnico que
causou a desintegração da aeronave.
Ainda de acordo com o Tribunal, os Ministérios do Transporte e da Defesa
têm responsabilidade no acidente porque não providenciaram as condições
de segurança para que o avião fizesse seu percurso. Nas motivações, os
magistrados afirmaram que outra aeronave interceptou a rota do voo do
DC-9 e lançou um míssil contra ele.
Porém, a autoria do ataque não foi atribuída a ninguém. O advogado dos
parentes das 81 vítimas do atentado, Daniele Osnato, afirmou que "com as
quatro sentenças, a Corte de Apelo de Palermo fechou, definitivamente, o
caso" e disse que "não há dúvidas de que o DC-9 foi abatido por um
míssil".
Osnato também chamou a ação de um "ato de guerra não declarado" e disse
que a sentença judicial "é uma verdade processual que coincide com a
realidade dos eventos". A sentença é uma resposta aos apelos
apresentados pela Advocacia Geral da União em quatro processos sobre a
queda. Os juízes afirmaram que o ressarcimento pela reparação da triagem
prescreveu, mas que os atingidos pela tragédia devem ser ressarcidos
por "fato ilícito". A nova audiência foi marcada para o dia 7 de
outubro.
O caso
A aeronave DC-9 da companhia aérea Itavia caiu em Ustica, na região da
Sicília, na noite do dia 27 de junho de 1980 e deixou 81 mortos. As
causas do acidente nunca foram de fato esclarecidas, mesmo com dezenas
de investigações das autoridades italianas.
Em 2007, o ex-presidente italiano Francesco Cossiga chegou a dizer que o
avião tinha sido alvo de mísseis internacionais, provavelmente
franceses, que tentavam atingir o voo do ex-ditador líbio Muamar Kadafi -
que estava a pouca distância do avião da Itavia.
No ano passado, a Corte de Cassação da Itália - instância judicial
máxima - concordou com a tese do míssil e determinou a abertura de um
novo processo civil no qual devem ser constatadas as responsabilidades
dos Ministérios no acidente e, consequentemente, no fechamento da
companhia aérea.
Fonte: Terra
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