Desde que a Empresa Brasileira de Aeronáutica, a Embraer, foi criada e,
depois, privatizada, ela só tem dado lucro ao Brasil. O Super Tucano é o
avião de treinamento e de ataque ao solo vendido para várias forças
aéreas de outros países com sucesso. No entanto, além de abastecer as
necessidades principalmente do Exército brasileiro, até alguns anos
totalmente dependente das importações, hoje em dia as indústrias de
armamento para defesa têm dado bons lucros ao País. Na contramão da
balança comercial brasileira, que registrou no ano passado o primeiro
resultado negativo desde o ano 2000, com déficit de US$ 3,9 bilhões, a
exportação de produtos da indústria de defesa e segurança do Brasil
cresceu no ano passado 38%.
As exportações dos equipamentos de
defesa saltaram de US$ 2,6 bilhões em 2013 para US$ 3,6 bilhões em 2014.
E a expectativa para 2015 da Associação Brasileira das Indústrias de
Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) é de que este número cresça no
mesmo ritmo.
Para ajudar a incrementar o mercado de negócios
nesta área, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, está no Rio de Janeiro.
É lá que se realiza, até esta sexta-feira, a 10ª edição da Latin
America Defence & Security 2015 (LAAD), maior e mais importante
feira do setor de defesa e segurança da América Latina. A indústria de
defesa significa mais soberania e desenvolvimento tecnológico
industrial, e é importante para agregar tecnologia não apenas no setor,
mas também com a transferência para uso civil.
É que boa parte
dos produtos desenvolvidos para as Forças Armadas também podem ser
usados pela população em geral, porque são importantes para o
desenvolvimento da indústria em geral. É que tudo o que se pesquisa,
seja na Marinha, no Exército ou na Aeronáutica, acaba servindo de base
tecnológica.
Os materiais de defesa têm alto valor agregado e
alimentam vasta e diversificada cadeia produtiva. Nesta 10ª edição da
LAAD estão mais de 700 expositores nacionais e internacionais, em três
pavilhões do Riocentro. Uma das novidades que o setor espera que ajude a
impulsionar as exportações vem da área de radares. A expansão da
empresa brasileira Iacit, que firmou parceria com a israelense IAI-Elta,
vai trazer para o Brasil o primeiro radar oceânico, que poderá ter
importância estratégica durante a Olimpíada do ano que vem e que será
utilizado pela Marinha.
Além de monitorar as condições climáticas e a superfície dos oceanos,
ele ajuda a fazer o controle da poluição e prever os riscos ambientais
em eventos como tempestades e tsunamis. Na exposição, também são
apresentados novos vants que serão úteis para a segurança na realização
dos Jogos Olímpicos. O visitante conhece projetos como o que prevê a
construção de um submarino a propulsão nuclear e quatro submarinos
convencionais; o sistema de monitoramento de fronteiras; o carro de
combate Guarani; o avião cargueiro KC 390 e o H-XBR, que trata da
fabricação de 50 helicópteros que servirão à presidência da República e
às Forças Armadas.
Na feira, as pessoas podem ainda verificar um
veículo blindado antimotim, fabricado pela Quartzo Engenharia de Defesa,
em colaboração com a empresa de Israel-BAT, ou conhecer uma empresa
como a Safety Wall, que converte portas convencionais em blindadas. Como
se sabe, armamentos, desde muitos séculos, acompanham todas as
sociedades e o Brasil é muito extenso para ficar desprotegido. E, como
diziam os romanos, "se queres paz, prepara-te para a guerra".
Fonte: Jornal do Comercio
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