GAZETA MERCANTIL Via NOIMP FAB No. 129 de 08/05/2008
(Caderno C - Pág. 4)(Júlio Ottoboni)

São José dos Campos (SP), 8 de Maio de 2008 - A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) apresentou os resultados do primeiro trimestre deste ano e pela primeira vez em sua história, após a privatização, a empresa obteve um volume de vendas maior para o Brasil que para qualquer outra parte do mundo. Foram vendidas 37 aeronaves para a América do Sul, sendo 36 delas para a Azul Linhas aéreas Brasileiras. Em seguida vem a Europa, com 21 unidades, 10 para os Estados Unidos e seis para o continente africano. O faturamento líquido alcançou a R$ 64,4 milhões no período.

Esse faturamento apresentou um crescimento de 8,4% ao o alcançado no mesmo período do ano passado. Nos primeiros três meses deste ano a Embraer entregou 45 jatos produzidos para aviação comercial e aviação executiva. Cerca de 80% de aumento se comparado ao mesmo intervalo do exercício passado, quando o volume total chegou a 25 aeronaves.

Pelo relatório trimestral divulgado ontem pela empresa, a estimativa de entregas para 2008 está mantida entre 195 e 200 aeronaves, além de 10 a 15 jatos Phenom 100, cuja certificação está prevista para o segundo semestre de 2008. A Embraer também se consolidou como a maior fabricante de aviões comerciais do mundo para aviões até 120 lugares.

A carteira de pedidos firmes da companhia atingiu ao final de março, o nível recorde de US$ 20,3 bilhões. A família dos jatos 170/190 acumula um total de 835 pedidos firmes e 840 opções de compra.

Já o desempenho das vendas de aeronaves para o mercado de aviação executiva ultrapassou 750 pedidos firmes em carteira, tendo como destaque os jatos Phenom 100 e 300. A aviação comercial representou 69,9% com R$ 1,6 bilhão e a executiva com 13% no faturamento, com cerca de R$ 300 milhões.

A receita do segmento de Defesa e Governo aumentou de R$ 76,5 milhões no período em 2007 para R$ 153,9 milhões. O incremento em 101,2% foi conseqüência das entregas de aeronaves Super-Tucano neste trimestre, além dos contratos em andamento. A entrega de sete jatos Legacy 600, sendo dois a mais que em 2007, a receita do segmento de aviação executiva atingiu R$ 300,3 milhões, representando um aumento de 20,6% na comparação com os R$ 249,1 milhões apurados no mesmo intervalo em 2007.

O segmento de serviços aeronáuticos registrou um faturamento de R$ 219,5 milhões. Contrariando os outros setores, o valor foi inferior aos R$ 259,1 milhões registrados no mesmo trimestre do ano passado.

A explicação da Embraer foi a oscilação cambial verificada na comparação entre os períodos. A participação relativa deste segmento na receita total da Empresa também apresentou queda de 14,8% para 9,5% obtidos neste ano.

Novos clientes

O início de 2008 foi marcado pelo anúncio de ordens firmes de novos clientes como Air Moldova, Jetscape e a mais nova empresa aérea brasileira, Azul Linhas aéreas Brasileiras S.A., criada pelo empresário David Neeleman. Ainda adquiriram os jatos da Embraer a Finnair e a Lot Polish Airlines. Os nomes de clientes com pedidos firmes mas mantido ocultos foram revelados. São eles a Petroecuador e Universal Airlines. Ainda converteram opções de compra em pedidos firmes a Regional, Virgin Blue, EgyptAir e M1 Travel.