Fonte: CBS NEWS Via Quintus

transferiram um segundo porta-aviões nuclear para o Golfo Pérsico e os comandantes norte-americanos na região receberam, segundo a CBS, ordens para avaliarem as suas opções para um ataque ao Irão. Estas novas ordens resultam do recrudescimento da actividade das milícias shiitas no Iraque e do apoio que estas teriam recebido do Irão, nomeadamente em treinamento, armamento e munições, alegações que não são novas, mas que regressam agora, novamente.

O Secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, o mesmo que há semanas criticava a eficiência do comando da USAF, declarou: “O que os iranianos estão a fazer é matar soldados americanos dentro do Iraque”. Outros factores seriam a atitude crescentemente agressiva das vedetas iranianas contra navios estrangeiros no Golfo o prosseguimento do programa nuclear iraniano, muito concretamente a exibição numa televisão local do ministro da defesa iraniano visitando as instalações de enriquecimento de urânio de Teerão…

Atualmente, os EUA não têm capacidade terrestre disponível para um ataque convencional ao Irão, dada a densidade do seu empenhamento no Iraque e no Afeganistão, e isso mesmo foi admitido implicitamente pelo general Mike Mullen: “Temos capacidade em reserva, em particularmente na Marinha e na Força Aérea, logo seria um erro pensar que estamos sem capacidade de combate”. Admitindo também que a ter lugar (e por aqui já o previmos no passado, sem sucesso…) este ataque seria realizado através de mísseis Tomahawk lançados a partir de navios no Golfo Pérsico e de ataques aéreos cirúrgicos contra fábricas nucleares e de processamento de urânio, mas também escolhendo como alvo a estrutura logística e de comando do projecto nuclear. O Iraque, e sobretudo o seu primeiro ministro Nouri al-Maliki tem multiplicado as suas alegações quanto à presença de apoios iranianos no recente recrudescimento das milícias shiitas e deslocou-se a Teerão para reclamar desses apoios, transportando provas de que algumas instituições no interior do governo iraniano estão a apoiar milícias dentro do Iraque. Se daqui, não vier uma redução dese apoio… e sabendo que esta viagem se parece muito com um ultimato, poderemos então assistir a uma série de ataques aéreos e por via marítima.

Já antes abordámos esta questão do programa nuclear iraniano e quanto achávamos ser improvável que este tivesse unicamente fins pacíficos. Ora se o programa nuclear iraniano pode fornecer a Teerão a capacidade de fabricar uma arma nuclear e se Teerão tem praticamente a tecnologia suficiente para lançar satélites, então isso significa que o imprevisível e fanatizado regime no poder em Teerão pode colocar um engenho nuclear em qualquer ponto do mundo… Isso deveria levar os EUA a procurar consensos com a Rússia e a usar a sua engenharia e a sua própria extensão territorial para instalar sistemas anti-mísseis e de rastreamento capazes de anular ameaças vindas do Irão ou da Coreia do Norte. Infelizmente, ainda não houve esse bom senso, e a estratégia de irritar o urso russo permanece a mesma… Assim, a hipótese de um ataque devastador, mas cheio de riscos contra o Irão torna-se cada vez maior… Contudo, o seu desfecho é imprevisível. A força aérea iraniana está em bom nível de prontidão e não foi desgastada por décadas de sanções, como a iraquiana. Os sistemas anti-aéreos foram atualizados com novos sistemas russos e as bases americanas do Golfo estão ao alcance dos mísseis balísticos de Teerão, sendo certas retaliações se tal ataque ocorrer. Tudo se conjunga pois para que George Bush passe ainda uma última prova que pode fazer descer ainda mais os recordes de impopularidade do seu mandato. E dar argumentos ao regime fundamentalista de Teerão para ganhar as próximas eleições.